quinta-feira, 18 de junho de 2015

Hereditariedade 2

Entre a Terra e o Céu - Capítulo 29

O Ministro Clarêncio esclarece sobre a questão da hereditariedade, complementando o que havia sido dito no capítulo 12 do mesmo livro, que está publicado neste blog, com o título de Hereditariedade (post do dia 20/04/2015).
"– O problema de Júlio, no entanto – considerei –, afigura-se-nos bastante doloroso...
– Doloroso mas educativo, quanto o de milhares de criaturas, cada dia, na Terra – ponderou Clarêncio, imperturbável –. Nosso companheiro vencido e enfermo, em razão de compromissos adquiridos na carne, na carne encontrará caminho ao próprio reajuste.
– E a questão da hereditariedade? – indagou meu companheiro, reverente. – Júlio, perdendo o corpo sutil em que chorava atormentado, ressurgirá na existência física sem a moléstia que o apoquentava, por herdar fatalmente os característicos biológicos dos pais?
O orientador sorriu, de maneira expressiva, e asseverou:
– A hereditariedade, qual é aceita nos conhecimentos científicos do mundo, tem os seus limites. Filhos e pais, indubitavelmente, ainda mesmo quando se cataloguem distantes uns dos outros, sob o ponto de vista moral, guardam sempre afinidade magnética entre si; desse modo, os progenitores fornecem determinados recursos ao Espírito reencarnante, mas esses recursos estão condicionados às necessidades da alma que lhes aproveita a cooperação, porque, no fundo, somos herdeiros de nós mesmos. Assimilamos as energias de nossos pais terrestres, na medida de nossas qualidades boas ou más, para o destino enobrecido ou torturado a que fazemos jus, pelas nossas conquistas ou débitos que voltam à Terra conosco, emergindo de nossas anteriores experiências.
– Somos então levados a crer que Júlio transportará consigo a enfermidade que sofria em nosso plano, à maneira de alguém que, em se mudando de domicílio, não modifica o quadro orgânico... – observou Hilário, com sensatez.
– Isso mesmo – elucidou o Ministro, satisfeito –, o problema é de natureza espiritual. Durante a gravidez de Zulmira, a mente de Júlio permanecerá associada à mente materna, influenciando, como é justo, à formação do embrião. Todo o cosmo celular do novo organismo estará impregnado pelas forças do pensamento enfermiço de nosso irmão que regressa ao mundo. Assim sendo, Júlio renascerá com as deficiências de que ainda é portador, embora favorecido pelo material genético que recolherá dos pais, nos limites da lei de herança, para a constituição do novo envoltório.
Depois de breve pausa, concluiu:
Como vemos, na mente reside o comando. A consciência traça o destino, o corpo reflete a alma. Toda agregação de matéria obedece a impulsos do espírito. Nossos pensamentos fabricam as formas de que nos utilizamos na vida."

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