terça-feira, 9 de junho de 2015

Expiação 2

Entre a Terra e o Céu - Capítulo 33

Continuação do post anterior. Júlio após reencarnar como filho de Zulmira e Amaro, desencarna com um ano de idade, vítima de difteria. Na reencarnação anterior Júlio desencarnara aos oito anos vítima de um afogamento. Na reencarnação precedente, Júlio havia tentado suicídio por duas vezes: na primeira ingeriu substância corrosiva e foi salvo, no entanto, ficou com a garganta e o esôfago prejudicados. Não aguentando os sofrimentos, se afogou em um rio.
"– Volvendo ao caso de Júlio, não podemos olvidar que milhares de Inteligências, entre o berço e o túmulo, estão procurando a própria recuperação. À medida que se nos aclara a consciência e se nos engrandece a noção de responsabilidade, reconhecemos que a nossa dignificação espiritual é serviço intransferível. Devemos a nós mesmos quanto nos sucede em matéria de bem ou de mal.
– Importante observar – disse Hilário, pensativo – como a vida reclama, no refazimento da paz, a conjugação daqueles que entraram em guerra uns com os outros... No passado, Júlio arrojou-se ao despenhadeiro do suicídio sob a influência de Amaro, e Zulmira, após indispor-se com Silva...
– E, agora – completou Clarêncio –, reabilita-se com o auxílio de Zulmira e Amaro, de modo a rearmonizar-se com o enfermeiro. É natural seja assim.
– Mas Júlio, antes de tornar ao mundo, através do nosso amigo ferroviário – indaguei –, onde estaria?
– Depois de haver eliminado o próprio corpo, satisfazendo a simples capricho pessoal, sofreu por muitos anos as tristes conseqüências do ato deliberado, amargando nos círculos vizinhos da Terra as torturas do envenenamento a se lhe repetirem no campo mental. A morte prematura, quando traduz indisciplina diante das leis infinitamente compassivas que nos governam, constrange o Espírito que a provoca a dilatada purgação na paisagem espiritual. Não podemos trair o tempo e a existência planificada subordina-se a determinada quota de tempo, que nos compete esgotar em trabalho justo. Quando esses recursos não são suficientemente aproveitados, arcamos com tremendos desequilíbrios na organização que nos é própria."

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