sexta-feira, 5 de junho de 2015

Auxílio às Religiões 2

Entre a Terra e o Céu - Capítulo 11

Continuação do post anterior em que Mariana (que trabalha na colônia Lar da Benção junto com Blandina) realiza trabalhos de ajuda aos praticantes da religião católica, fé que abraçava quando encarnada.

"– Durante a missa, por exemplo prosseguiu Hilário, observador –, é viável o seu trabalho de cooperação?
Mariana fixou uma expressão facial de bom humor e aduziu:
– Somos grandes falanges de aprendizes da fraternidade em ação. Por mais desagradáveis se nos mostrem os quadros de luta, a nossa obrigação é servir.
Finda ligeira pausa, continuou:
– Quando a missa obedece a pura convenção social, funcionando como exibição de vaidade ou poder, a nossa colaboração resulta invariavelmente nula.
E, sorrindo:
– Que teríamos a fazer num ato bajulatório, em que os devotos da fortuna material ou da perversidade incensam a desregrada conduta de pessoas inescrupulosas? Há missas solenes de consagração a políticos astuciosos e a magnatas do ouro que, em verdade, são reais sacrilégios, em nome do Cristo. Por outro lado, há missas de almas que constituem escárnio à dor dos que foram recolhidos pela morte, quais as que são mandadas celebrar por parentes ambiciosos que, por vezes, até mesmo se alegram com a ausência do morto, ávidos que se mostram de lhes pilharem os despojos, na corrida a testamentos e cartórios. Essas missas fortemente adubadas a dinheiro estão para eles tão frias, como os túmulos em que se lhes asilou a carne desfigurada. Mas, se o ato religioso é simples, partilhado por mentes e corações sinceros, inclinados à caridade evangélica e centralizados na luz da oração, com os melhores sentimentos que possuem, o culto se reveste de grande valor, pelas vibrações de paz e carinho que arremessa na direção daquele a quem é endereçado. Freqüentemente, as missas humildes, realizadas aos primeiros cânticos da manhã, são as mais favoráveis ao nosso concurso. Podemos, com mais segurança, articular as possibilidades ao nosso alcance e ambientá-las a benefício daqueles que esperam de nós o amparo necessário."

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