sábado, 6 de junho de 2015

Auxílio às Religiões 3

Entre a Terra e o Céu - Capítulo 11

Continuação dos dois posts anteriores em que Mariana (que trabalha na colônia Lar da Benção junto com Blandina) realiza trabalhos de ajuda aos praticantes da religião católica, fé que abraçava quando encarnada.
"Hilário pensou alguns instantes, valendo-se do intervalo que surgira na conversação e obtemperou:
– Possuímos nas igrejas a questão do patrocínio. Imaginemos que determinado templo foi erguido à memória de Gerardo Majela. Isso expressa uma obrigação para o grande místico europeu?
– Certamente não se trata de uma obrigação escravizante, mas de um serviço que lhe honra o nome e que merecerá dele certo reconhecimento mesclado de responsabilidade. Devemos reconhecer, contudo, que o trabalho do bem, qualquer que ele seja, permanece ligado a Jesus. No entanto, se algum servo do Senhor está ligado a obra por fazer, tanto quanto lhe seja possível desdobrar-se-á para enriquecê-la de bênçãos.
– Mas... e na hipótese de algum santuário surgir, dedicado a suposto herói da virtude? Figuremos alguém da Terra sendo conduzido ao altar por imposição da autoridade humana, sem mérito bastante, à frente do Senhor... Os crentes encarnados atribuir-lhe-iam poder de que não conseguiria dispor... Em que situação estaria o templo que lhe fosse consagrado?
Mariana registrou a pergunta, cortesmente, e explicou:
– Numa contingência dessas, mensageiros de Jesus responsabilizar- se-iam pela instituição, distribuindo aí os benefícios adequados aos merecimentos e necessidades de cada um.
– E o tipo de assistência? é de renovação espiritual ou de mero socorro aos crentes encarnados?
– Ah! – comentou Mariana, sincera – o trabalho é complexo e divide-se em múltiplos setores. Não está limitado à esfera da experiência física. Inumeráveis são as almas que, desligadas do corpo, recorrem aos altares, implorando esclarecimento... Outras, depois da morte, confiam-se a desequilibradas emoções, invocando a proteção dos Espíritos santificados... É preciso corrigir aqui e ajudar além... Agora, devemos injetar um pensamento reconstrutivo nessa ou naquela mente extraviada, depois é imprescindível harmonizar circunstâncias, em favor desse ou daquele necessitado... A maioria das pessoas aceita a religião, mas não se preocupa em praticá-la. Daí nasce o terrível aumento das aflições e dos enigmas."

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