domingo, 27 de dezembro de 2015

Monoideísmo e Reencarnação

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 12 - Alma e Desencarnação

O homem primitivo ao desencarnar não se ajusta ao meio espiritual e deseja firmemente seu retorno ao mundo corpóreo. Seu pensamento se fixa à esta ideia, gerando o monoideísmo auto-hipnotizante, levando à atrofia das células de seu corpo perispiritual, que se apresenta em formato ovoide (1). Esta forma ovoide ocorre a diversos desencarnados que se apresentam em profundo sofrimento e não conseguem se libertar das ideias de culpa. André Luiz entende que seria a expressão do corpo mental do ser, que encerra em si todos os órgãos virtuais de exteriorização da alma, assim como ovo e a semente, que trazem a potencialidade de gerar novos seres.
"Ressurgir na própria taba e renascer na carne, cujas exalações lhe magnetizam a alma, constituem aspiração incessante do selvagem desencarnado.
Estabelece-se nele o monoideísmo pelo qual os outros desejos se lhe esmaecem no íntimo.
Pela oclusão de estímulos outros, os órgãos do corpo espiritual se retraem ou se atrofiam, por ausência de função, e se voltam, instintivamente, para a sede do governo mental, onde se localizam, ocultos e definhados, no fulcro dos pensamentos em circuito fechado sobre si mesmos, quais implementos potenciais do germe vivo entre as paredes do ovo.
Em tais circunstâncias, se o monoideísmo é somente reversível através da reencarnação, a criatura humana desencarnada, mantida a justa distância, lembra as bactérias que se transformam em esporos quando as condições de meio se lhes apresentam inadequadas, tornando-se imóveis e resistindo admiravelmente ao frio e ao calor, durante anos, para regressarem ao ciclo de evolução que lhes é peculiar, tão logo se identifiquem, de novo, em ambiente propício.
Sentindo-se em clima adverso ao seu modo de ser, o homem primitivo, desenfaixado do envoltório físico, recusa-se ao movimento na esfera extrafísica, submergindo-se lentamente, na atrofia das células que lhe tecem o corpo espiritual, por monoideísmo auto-hipnotizante, provocado pelo pensamento fixo-depressivo que lhe define o anseio de retorno ao abrigo fisiológico.
Nesse período, afirmamos habitualmente que o desencarnado perdeu o seu corpo espiritual, transubstanciando-se num corpo ovoide(1), o que ocorre, aliás, a inúmeros desencarnados outros, em situação de desequilíbrio, cabendo-nos notar que essa forma, segundo a nossa maneira atual de percepção, expressa o corpo mental da individualidade, a encerrar consigo, conforme os princípios ontogenéticos da Criação Divina, todos os órgãos virtuais de exteriorização da alma, nos círculos terrestres e espirituais, assim como o ovo, aparentemente simples, guarda hoje a ave poderosa de amanhã, ou como a semente minúscula, que conserva nos tecidos embrionários a árvore vigorosa em que se transformará no porvir."

1. Ver no livro “Libertação”, do mesmo Autor espiritual, recebido pelo médium Francisco Cândido Xavier, capítulos 6 e 7, observações sobre estas formas ovoides. — (Nota da Editora.)

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Perante Jesus

Conduta Espírita - Capítulo 47

"Em todos os instantes, reconhecer-se na presença invisível de Jesus, que nos ampara nas obras do Bem Eterno.
Aceitou-nos o Cristo de Deus desde os primórdios da Terra.
Nos menores cometimentos, identificar a Vontade Superior, promovendo em toda parte a segurança e a felicidade das criaturas.
Cada coração humano é uma peça de luz potencial e Jesus é o Sublime Artífice.
Lembrar-se de que o Senhor trabalha por nós sem descanso.
Repouso indébito, deserção do dever.
Sem exclusão de hora ou local, precaver-se contra o reproche e a irreverência para com a Divina Orientação.
O acatamento é prece silenciosa.
Negar-se a interpretar o Eterno Amigo por vulgar revolucionário terreno.
Reconheçamo-lo como a Luz do Mundo.
Renunciar às comemorações natalinas que traduzam excessos de qualquer ordem, preferindo a alegria da ajuda fraterna aos irmãos menos felizes, como louvor ideal ao Sublime Natalício.
Os verdadeiros amigos do Cristo reverenciam-no em Espírito.
Identificar a posição que lhe cabe em relação a Jesus, o Emissário de Deus, evitando confrontos inaceitáveis.
O homem que exige seja o Cristo igual a ele, pretende, vaidosamente, nivelar-se com o Cristo.
Em todas as circunstâncias, eleger, no Senhor Jesus, o Mestre invariável de cada dia.
Somos o rebanho, Jesus é o Divino Pastor.
"E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens" - Paulo. (COLOSSENSES, 3:23.)"

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Evidências Neurocientíficas confirmam Revelação Espiritual do Livro 'No Mundo Maior"

Palestra de conteúdo esclarecedor e muito interessante! Recomendo a todos! 

Palestra do dr. João Ascenso, psicólogo e doutorando em neurociências.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

O Selvagem Desencarnado

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 12 - Alma e Desencarnação

O homem primitivo ao desencarnar não consegue ainda se desvencilhar de sua vida material, por não compreender a grandeza da vida espiritual na qual ingressou. Permanece junto aos seus familiares encarnados e não tem outro pensamento senão retornar ao convívio dos seus entes encarnados.
"Entretanto, o homem selvagem, que se reconhece dominador na hierarquia animal, cruel habitante da floresta, que apura a inteligência, através da força e da astúcia, na escravização dos seres inferiores que se lhe avizinham da caverna, desperta, fora do corpo denso, qual menino aterrado, que, em se sentindo incapaz da separação para arrostar o desconhecido, permanece, tímido, ao pé dos seus, em cuja companhia passa a viver, noutras condições vibratórias, em processos multifários de simbiose, ansioso por retomar a vida física que lhe surge à imaginação como sendo a única abordável à própria mente.
Não dispõe, nessa fase, de suprimento espiritual que o ajude a pensar em termos diferentes da vida tribal em que se apóia.
O espetáculo da vastidão cósmica perturba-lhe o olhar e a visita de seres extraterrestres, mesmo benevolentes e sábios, infunde-lhe pavor, crendo-se à frente de deuses bons ou maus, cuja natureza ele próprio se incumbe de fantasiar, na exiguidade das próprias concepções.
Acuado na choça, onde a morte lhe furtou o veículo físico, respira a atmosfera morna em que se acasalam os seus herdeiros do sangue, para somente ausentar-se do reduto doméstico quando a família se afasta, instada por duras necessidades de subsistência e de asilo.
E o homem primitivo que desencarnou, suspirando pelo devotamento dos pais e, notadamente, pelo carinho do colo materno, expulso do vaso fisiológico, não tem outro pensamento senão voltar — voltar ao convívio revitalizante daqueles que lhe usam a linguagem e lhe comungam os interesses."

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Além da Histogênese

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 12 - Alma e Desencarnação

Na desencarnação, o homem primitivo ao dominar o pensamento contínuo (ato que o difere dos animais), apresenta condições de elaborar mentalmente seu desprendimento do corpo físico, e a autonomia necessária para integrar-se mentalmente em seu corpo espiritual, agindo com a eficiência e a segurança que as inúmeras repetições (encarnações e desencarnações) lhe proporcionaram.
"Através desse movimento incessante da palingenesia(1) universal, o princípio inteligente incorpora a experiência que lhe é necessária, estagiando no plano físico e no plano extrafísico, recolhendo, como é justo, a orientação e o influxo das Inteligências Superiores em sua marcha laboriosa para mais elevadas aquisições.
Pouco acima dessas mesmas bases, vamos encontrar o homem infraprimitivo(2), na rusticidade da forma em que se esconde, surpreendido no fenômeno da morte, ante a glória da vida, como criança tenra e deslumbrada à frente de paisagem maravilhosa, cuja grandeza, nem de leve, pode ainda compreender.
O pensamento constante ofereceu-lhe a precisa estabilidade para a metamorfose completa.
Pela persistência e consistência das idéias, adquiriu o poder de integrar-se mentalmente, para além da histogênese, em seu corpo espiritual, arrebatando-o, com a alavanca da própria vontade que a indagação e o trabalho enriqueceram, para novo estado individual.
Acariciada pelo bafejo edificante dos Condutores Divinos que lhe acalentam a marcha, a criatura humana dorme o sono da morte, mumificando-se na cadaverização, como acontece à pupa.
E segregando substâncias mentais, à base de impulsos renovadores, tanto quanto certas crisálidas que segregam um líquido especial que lhes facilita a saída do próprio casulo, a alma que desencarna, findo o processo histolítico das células que lhe construíam o carro biológico, e fortificado o campo mental em que se lhe enovelaram os novos anseios e as novas disposições, logra desvencilhar-se, mecanicamente, dos órgãos físicos, agora imprestáveis, realizando, por avançado automatismo, o trabalho histogenético pelo qual desliga as células sutis do seu veículo espiritual dos remanescentes celulares do veículo físico arrojado à queda irreversível, agindo agora com a eficiência e a segurança que as longas e reiteradas recapitulações lhe conferiram."
1.  Palingenesia: volta à vida; renascimento; reencarnação.
2. Infraprimitivo: referente a organismo em começo de evolução. O que se encontra em estágio de evolução abaixo do que se considera primitivo.

domingo, 15 de novembro de 2015

Metamorfose e Desencarnação

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 12 - Alma e Desencarnação

Utilizando-se da analogia do processo de desencarnação com o processo de metamorfose dos insetos, André Luiz nos fala da metamorfose incompleta, os hemimetábolos(1), cujo processo guarda semelhanças com a desencarnação dos animais superiores aos insetos. Os mamíferos ao desencarnarem agregam-se em ninhos em que estão os companheiros, e por não apresentarem o pensamento contínuo, não possuem condições de trabalhar o corpo espiritual necessário ao plano espiritual.

Os animais, em geral, permanecem por curto período de tempo no plano espiritual após a desencarnação. Quando não são aproveitados pela espiritualidade em serviços por determinado período de tempo, mergulham em estado letárgico, sendo logo atraídos para a reencarnação em grupos afins.
"Graduando os acontecimentos da desencarnação, é importante recorrer ainda ao mundo dos insetos para lembrar que, se existem aqueles de metamorfose total, existem os de metamorfose incompleta, os hemimetábolos, cuja larva sai do ovo e se converte imediatamente num indivíduo, sem passar pela fase pupal, à feição dos malófagos(2), desprovidos de asas, embora possuam aparelho bucal triturador.
Apresentando características singulares, no capítulo da transfiguração, em todas as ordens nas quais se subdividem, os insetos, de algum modo, exprimem, no desenvolvimento da metamorfose que lhes marca a existência, a escala de fenômenos que vige para a desencarnação dos seres de natureza superior.
Em relação ao homem, os mamíferos que se ligam a nós outros por extremos laços de parentesco, em se desencarnando, agregam-se aos ninhos em que se lhes desenvolvem os companheiros e, qual ocorre entre os animais inferiores, nas múltiplas faixas evolutivas em que se escalonam, não possuem pensamento contínuo(3) para a obtenção de meios destinados à manutenção de nova forma.
Encontram-se, desse modo, aquém da histogênese(4) espiritual, inabilitados a mais amplo equilíbrio que lhes asseguraria ascensão a novo plano de consciência.
Em razão disso, efetuada a histólise(5) dos tecidos celulares, nos sucessos recônditos da morte física, dilata-se-lhes o período de vida latente, na esfera espiritual, onde, com exceção de raras espécies, se demoram por tempo curto, incapazes de manobrar os órgãos do aparelho psicossomático que lhes é característico, por ausência de substância mental consciente.
Quando não se fazem aproveitados na Espiritualidade, em serviço ao qual se filiam durante certa cota de tempo, caem, quase sempre de imediato à morte do corpo carnal, em pesada letargia(6), semelhante à hibernação, acabando automaticamente atraídos para o campo genésico das famílias a que se ajustam, retomando o organismo com que se confiarão a nova etapa de experiência, com os ascendentes do automatismo e do instinto que já se lhes fixaram no ser, e sofrendo, naturalmente, o preço hipotecável aos valores decisivos da evolução."
1. Hemimetábolo: inseto que apresenta metamorfose incompleta, em que as diferenças entre a larva e a forma definitiva não são muito notáveis, assemelhando-se em tudo no estado larval.
2. Malófagos:  inseto sem asas, parecido com o piolho, parasita de mamífero e aves.
3. Pensamento Contínuo: pensamento constante, ininterrupto, que caracteriza a capacidade mental do homem, em oposição ao pensamento fragmentário (descontínuo), próprio dos animais irracionais.
4. Histogênese: formação e desenvolvimento dos tecidos orgânicos.
5. Histólise: destruição ou dissolução dos tecidos orgânicos.
6. Letargia: estado caracterizado por sono profundo e contínuo, em que as funções da vida se atenuam de tal modo que parecem suspensas.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Herdeiros das Próprias Obras


Continuação da Existência

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 11 - Existência da Alma

Como continuação do post anterior (ver Desencarnação do Espírito), André Luiz nos explica que após o desencarne o espírito mantem sua identidade e que continua no plano espiritual o aprendizado realizado durante sua vida no plano terreno. Deste modo, vemos que o aprendizado é permanente, estando tanto no plano material quanto no plano espiritual, nos facultando assim a possibilidade de ascensão.
"Metamorfoseada, pois, não obstante o fenômeno da desencarnação, a personalidade humana continua, além-túmulo, o estágio educativo que iniciou no berço, sem perder a própria identidade, somando consigo as experiências da vida carnal, da desencarnação e da metamorfose no plano extrafísico.
Perceberemos, desse modo, que a existência da criatura, na reencarnação, substancializa-se não apenas na Terra, onde atende à plantação dos sentimentos, palavras, atitudes e ações com que se caracteriza, mas também no Mundo Espiritual, onde incorpora a si mesma a colheita da sementeira praticada no campo físico, pelo desdobramento do aprendizado com que entesoura as experiências necessárias à sublime ascensão a que se destina."

sábado, 24 de outubro de 2015

Desencarnação do Espírito

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 11 - Existência da Alma

Após o processo da morte, o espírito se liberta do corpo material; mas muitas vezes, encontra-se preso aos pensamentos que alimentava quando encarnado, e não havendo um trabalho de renovação espiritual, irá se adaptar ao novo peso específico, segundo a densidade da vida mental em que se encontra. Dispõe de novos formas de alimentação, agora fluídico-magnéticas, como antenas de matéria sutil, que estão presentes também nos encarnados, como radículas alongadas presentes na aura, sendo estas responsáveis pela assimilação ou repulsão das energias emanadas das coisas e das pessoas, assim como nossas irradiações para os outros seres.
"Apenas aí, quando os acontecimentos da morte se realizam, é que a criatura humana desencarnada, plenamente renovada em si mesma, abandona o veículo carnal a que se jungia; contudo, muitas vezes intimamente aprisionada ao casulo dos seus pensamentos dominantes, quando não trabalhou para renovar-se, nos recessos do espírito, passa a revelar-se em novo peso específico, segundo a densidade da vida mental em que se gradua, dispondo de novos elementos com que atender à própria alimentação, equivalentes às trompas fluídico-magnéticas de sucção, embora sem perder de modo algum o aparelho bucal que nos é característico, salientando-se, aliás, que semelhantes trompas ou antenas de matéria sutil estão patentes nas criaturas encarnadas, a se lhes expressarem na aura comum, como radículas alongadas de essência dinâmica, exteriorizando-lhes as radiações específicas, trompas ou antenas essas pelas quais assimilamos ou repelimos as emanações das coisas e dos seres que nos cercam, tanto quanto as irradiações de nós mesmos, uns para com os outros."

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Histogênese Espiritual

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 11 - Existência da Alma

Como continuação do post anterior (ver Metamorfose do Inseto), André Luiz nos explica as transformações pelas quais o ser humano está sujeito durante o período da encarnação, em analogia com as transformações sofridas pelos insetos durante as diferentes fases do seu desenvolvimento.
"Assim também, a criatura humana, depois do período infantil, atravessa expressivas etapas de renovação interior, até alcançar a madureza corpórea, não obstante apresenta-se com a mesma forma exterior, porquanto somente após o esgotamento da força vital no curso da vida, através da senectude(1) ou da caquexia(2) por intervenção da enfermidade, é que se habilita à transformação mais profunda.
Nesse período característico da caducidade celular ou da moléstia irreversível, demonstra gradativa diminuição de atividade, não mais tolerando a alimentação.
Pouco a pouco, declinam as suas atividades fisiológicas e a inércia substitui-lhe os movimentos.
Protege-se, desde então, no repouso horizontal em decúbito, quase sempre no leito, preparando o trabalho liberatório.
Chega, assim, o momento em que se imobiliza na cadaverização, mumificando-se à feição da crisálida(3), mas envolvendo-se no imo do ser com os fios dos próprios pensamentos, conservando-se nesse casulo de forças mentais, tecido com as suas próprias idéias reflexas dominantes ou secreções de sua própria mente, durante um período que pode variar entre minutos, horas, dias, meses ou decênios.
No ciclo de cadaverização da forma somática(4), sob o governo dinâmico de seu corpo espiritual, padece extremas alterações que, na essência, correspondem à histólise(5) das células físicas, ao mesmo tempo que elabora órgãos novos pelo fenômeno que podemos nomear, por falta de termo equivalente, como sendo histogênese espiritual(6), aproveitando os elementos vivos, desagregados do tecido citoplasmático, e que se mantinham até então, ligados à colmeia fisiológica entregue ao desequilíbrio ou à decomposição.
A histólise ou processo destrutivo na desencarnação resulta da ação dos catalisadores químicos e de outros recursos do mundo orgânico que, alentados em níveis de degenerescência, operam a mortificação dos tecidos e, do ponto de vista do corpo espiritual, afetam principalmente a morfologia dos músculos e os aparelhos da nutrição, com escassa influência sobre os sistemas nervoso e circulatório.
Pela histogênese espiritual, os tecidos citoplasmáticos se desvencilham em definitivo de alguns dos característicos que lhes são próprios, voltando temporariamente, qual se atendessem a processo involutivo, à condição de células embrionárias multiformes que se dividem, através da cariocinese(7)plasmando, em novas condições, a forma do corpo espiritual, segundo o tipo imposto pela mente."
1. Senectude: decrepitude, sensibilidade, velhice.
2. Caquexia: enfraquecimento geral, estado de debilidade orgânica.
3. Crisálida: analogia com o estado intermediário por que passam certos insetos para se transformarem de lagarta (larva) em borboleta, durante o qual se desenvolve no casulo.
4. Somático: referente ao corpo físico.
5. Histólise: destruição ou dissolução de tecidos orgânicos.
6. Histogênese: formação e desenvolvimento dos tecidos orgânicos.
7. Cariocinese: modo de multiplicação das células, por divisão indireta (mitose).
(Fonte: Mesquita, J.M. 1984. Elucidário do Livro Evolução em Dois Mundos).

Metamorfose do Inseto

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 11 - Existência da Alma

Neste trecho André Luiz nos explica a metamorfose dos insetos, que apresentam profundas transformações no seu processo de crescimento, porém sem deixar de ser o mesmo indivíduo. Ele se utiliza desta analogia para explicar as transformações que o espírito humano passa no seu processo de evolução.
"A larva dos insetos de transformação completa experimenta vários períodos de renovação para atingir a condição de adulto, embora permaneça com o mesmo aspecto, porquanto apenas depois da derradeira mudança de pele é que se torna pupa(1).
Em semelhante estágio, acusa progressiva diminuição de atividade, até que não mais suporte a alimentação.
Esvaziam-se-lhe os intestinos e paralisam-se-lhe os movimentos.
A larva protege-se, então, no solo ou na planta, preparando a própria liberação.
Permanece, assim, imóvel, e não se alimenta do ponto de vista fisiológico, encrisalidando-se, segundo a espécie, em fios de seda por ela própria constituídos com a secreção das glândulas salivares, agregados a pequeninos tratos de terra ou a tecidos vegetais, formando, desse modo, o casulo em que repousa, durante certo tempo, fixado em alguns dias e até meses.
Na posição de pupa, ao impacto das vibrações de sua própria organização psicossomática, sofre essencial modificação em seu organismo, modificação que, no fundo, equivale a verdadeiro aniquilamento ou histólise(2), ao mesmo tempo que elabora órgãos novos pelo fenômeno da histogênese(3), valendo-se dos tecidos que perduraram.
A histólise, que se efetua por ação dos fermentos(4), verifica-se notadamente nos músculos, no aparelho digestivo e nos tubos de Malpighi(5), com reduzida atuação no sistema nervoso e circulatório.
Pela histogênese, os remanescentes dos músculos estriados desfazem-se das características que lhes são próprias, perdendo, gradativamente, a sua estriação, até que se convertam, qual se obedecessem a processo involutivo, em células embrionárias fusiformes, com um núcleo exclusivo, ou mioblastos, que se dividem por segmentação, plasmando novos elementos estriados para a configuração dos órgãos típicos.
Somente então, quando as ocorrências da metamorfose se realizam, é que o inseto, integralmente renovado, abandona o casulo, revelando-se por falena(6) leve e ágil, com o sistema bucal transformado, como acontece na borboleta de tipo sugador, na qual as maxilas se alongam, convertendo-se numa trompa, enquanto que o lábio superior e as mandíbulas se atrofiam.
Entretanto, embora magnificentemente modificada, a borboleta alada e multicor é o mesmo indivíduo, somando em si as experiências dos três aspectos fundamentais de sua existência de larva-ninfa-inseto adulto."

1. Pupa: estado intermediário entre a larva e a forma definitiva, nos insetos que tem metamorfose completa (com profundas alterações), como, por exemplo, na lagarta das mariposas.
2. Histólise: destruição ou dissolução de tecidos orgânicos.
3. Histogênese: formação e desenvolvimento dos tecidos orgânicos.
4. Fermento: enzima; substância capaz de provocar trocas químicas sem nada ceder de sua matéria ao produto que sofreu sua ação; .
5. Tubo de Malpighi: órgão de excreção do inseto, o qual consiste em longos e tortuosos condutos que desembocam no tubo digestivo, no limite entre o intestino médio e o posterior.
6. Falena: nome comum a um grupo de borboletas noturnas (mariposas).
(Fonte: Mesquita, J.M. 1984. Elucidário do Livro Evolução em Dois Mundos).

sábado, 17 de outubro de 2015

A Larva e a Criança

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 11 - Existência da Alma

O desenvolvimento somático da criança guarda analogia com o desenvolvimento dos insetos. O período de gestação dentro do útero humano corresponde ao período de desenvolvimento dentro do ovo para os insetos. A infância humana corresponde ao período larval dos insetos, em que se inicia tenra e frágil, inicialmente trazendo consigo os recursos adquiridos no período gestacional, para então passar a obter e a se utilizar de outros recursos que permitem o crescimento somático.
"Nesse sentido, importa lembrar aqui, com as diferenças justas, o símile que a vida assinala entre as alterações da existência para a alma humana e para os insetos de metamorfose integral.
A larva(1) que se afasta do ovo ingressa em novo período de desenvolvimento, que pode perdurar por muito tempo, como ocorre entre os efemerídeos(2), mostrando, no começo, a membrana do corpo ainda amolecida e conservando no tubo digestivo os remanescentes de gema da fase embrionária, para iniciar, depois da excreção, os processos de alimentação e digestão.
A criança recém-nata retira-se do útero e entra em nova fase de evolução, que se firma através de alguns anos. A princípio, tenra e frágil, retém na própria organização os recursos sanguíneos que lhes foram doados, por manutenção endosmótica(3), no organismo materno, para, somente depois, eliminar, quanto lhe seja possível, esses mesmos recursos, gerando os que lhe são próprios.
Avançando na execução dos programas traçados para a sua existência, a larva cresce e recorre a matérias nutritivas que lhe garantam o aumento do corpo e, conforme a espécie, promove por si mesma a mudança de pele, indispensável ao condicionamento de seu próprio volume.
Satisfazendo os imperativos da própria vida, a criança se desenvolve, tomando o alimento preciso à expansão de sua máquina orgânica, passando a realizar por si, isto é, ao comando da mente, a renovação celular dos tecidos e órgãos que lhe constituem o campo somático, de maneira a que se lhe ajuste a forma física aos moldes do corpo espiritual."

1. Larva: o primeiro estágio por que passam certas espécies animais antes de atingirem a fase adulta; lagarta (nos insetos). 
2. Efemerídeo: grupo de insetos de vida curta que serve de alimento para pequenos peixes.
3. Endosmótico: relativo à endosmose, corrente de fora para dentro entre dois líquidos de densidades diversas, separados por uma membrana ou placa porosa.
(Fonte: Mesquita, J.M. 1984. Elucidário do Livro Evolução em Dois Mundos).

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Consciência Desperta

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 11 - Existência da Alma

O homem primitivo vai se transformando pela ação do pensamento e a partir das observações realizadas, percebe-se movido pala lei de causa e efeito. As atitudes que tem para com seu próximo, retornarão a ele mesmo. Incorporando a responsabilidade de seus atos, desperta a consciência, fazendo funcionar os princípios de ação e reação em sua existência, assegurando-lhe a liberdade de escolha.
"É assim que ele transformado interpreta, sob novo prisma, a importância de sua presença na Terra.
Não mais lhe seduzem a despreocupação e o nomadismo, assim como para o homem adulto é já passado o ciclo da infância.
Sabe agora que o berço carnal se reveste de significação mais profunda.
Compreende, pouco a pouco, que a vida lhe registra as contas pessoais, porquanto aprende que pode negar o braço ao companheiro necessitado de apoio, sabendo, porém, que o companheiro poderá recusar-lhe o seu, no momento em que o desequilíbrio lhe bata à porta.
Reconhece que dispõe de liberdade para matar o desafeto, mas não ignora que o desafeto, a seu turno, pode igualmente exterminar-lhe o corpo ou amargar-lhe o caminho.
Percebe que os seus gestos e atitudes, para com os outros, criam nos outros atitudes e gestos semelhantes para com ele.
Com esse novo cabedal de observação, revela-se-lhe a vida mental mais surpreendente e mais rica e, por essa mais intensa vida íntima, retrata com relativa segurança as idéias dos Espíritos abnegados que lhe custodiam a rota.
Desde então, não guarda a existência circunscrita à romagem berço-túmulo, por alongá-la, do ponto de vista de causa e efeito, para além do sepulcro em que se lhe guarda o invólucro anulado ou imprestável.
Incorporando a responsabilidade, a consciência vibra desperta e, pela consciência desperta, os princípios de ação e reação funcionam, exatos, dentro do próprio ser, assegurando-se a liberdade de escolha e impondo-lhe, mecanicamente os resultados respectivos, tanto na esfera física quanto no mundo espiritual."

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Noção do Direito

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 11 - Existência da Alma

Ao instituir a posse sobre o solo que habita, o homem primitivo traça para si próprio regras de conduta, refreando os instintos animais que o norteiam, nascendo assim, a noção do direito.
"Em razão do apego aos rebentos da própria carne, institui a propriedade da faixa de solo em que se lhe encrava a moradia e, atendendo a essa mesma raiz de afetividade, traça a si próprio determinadas regras de conduta, para que não imponha aos semelhantes ofensas e prejuízos que não deseja receber.
Acontece, assim, o inesperado.
O homem selvático que não pretende abandonar os apetites e prazeres da experiência animal, fabrica para si mesmo os freios que lhe controlarão a liberdade, a fim de que se lhe enobreça o caráter iniciante.
Estabelecendo a posse tirânica em tudo o que julga seu, desiste de aproveitar o que pertence ao vizinho, sob pena de expor-se a penalidades cruéis.
Nasce, desse modo, para ele a noção do direito sobre o alicerce das obrigações respeitadas."

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Evolução Morfológica e Moral

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 11 - Existência da Alma

Assim como o organismo físico do homem primitivo evoluía, paralelamente ocorria também sua evolução moral. Ao expandir o pensamento, amplia a imaginação, que lhe facilita a mentalização e o desprendimento do corpo espiritual, com as células espirituais se automatizando no processo de emancipação parcial durante o sono físico. Apesar de ainda guardar a herança dos diferentes estágios pelos quais passou no processo evolutivo, que o inclina a viver no reino animal, a evolução lhe desponta novos enfoques à sua existência.
"A evolução morfológica prosseguiu, emparelhando-se com a evolução moral.
O crânio avançou, com vagar, no rumo de aprimoramento maior, os braços refinavam-se, as mãos adquiriam excelência táctil não sonhada, e os sentidos, todos eles, progrediam em acrisolamento e percepção.
Todavia, com o advento da responsabilidade que o separara da orientação direta dos benfeitores da vida maior, entregou-se o homem a múltiplos tentames de progresso no campo do espírito.
No regime interior de livre indagação, conferia asas audaciosas ao pensamento, e, com isso, mais se lhe acentuava o poder de imaginar, facilitando-se-lhe a mentalização e o desprendimento do corpo espiritual, cujas células em conexão com as células do corpo físico se automatizavam assim, na emancipação parcial, através do sono, para acesso da alma a ensinamentos de estrutura superior.
Guarda a criatura humana, então, consigo, na tessitura dos próprios órgãos, a herança dos milhões de estágios diferentes, nos reinos inferiores, e, no fundo, sente-se inclinada a viver no plano dos outros mamíferos que lhe respiram a vizinhança, com o instinto absoluto dominando sem restrições; no entanto, com a evolução irreversível, o amor agigantou-se-lhe no ser, sugerindo-lhe novas disposições à própria existência."

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Nascimento da Responsabilidade

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 10 - Palavra e Responsabilidade

O princípio da responsabilidade nasceu a partir da evolução moral do homem primitivo, lidando com a morte de seus semelhantes; iniciando o entendimento de religião através da concepção de um Criador; através de questionamentos iniciava a filosofia; a experimentação levando à ciência; a solidariedade permitindo o sentimento de amor e a necessidade de conforto e beleza levando ao nascimento da indústria e das artes.
"A ideia de Deus iniciando a Religião, a indagação prenunciando a Filosofia, a experimentação anunciando a Ciência, o instinto de solidariedade prefigurando o amor puro, e a sede de conforto e beleza inspirando o nascimento das indústrias e das artes, eram pensamentos nebulosos torturando-lhe a cabeça e inflamando-lhe o sentimento.
Nesse concerto de forças, a morte passou a impor-lhe angustiosas perquirições e, enterrando os seus entes amados em sepulcros de pedra, o homem rude, a iniciar-se na evolução de natureza moral, perdido na desértica vastidão do paleolítico, aprendeu a chorar, amando e perguntando para ajustar-se às Leis Divinas a se lhe esculpirem na face imortal e invisível da própria consciência.
Foi, então, que, em se reconhecendo ínfimo e frágil diante da vida, compreendeu que, perante Deus, seu Criador e seu Pai, estava entregue a si mesmo.
O princípio da responsabilidade havia nascido."

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Luta Evolutiva

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 10 - Palavra e Responsabilidade

Trilhando o caminho do progresso o homem expande o raciocínio e os questionamentos passam a fazer parte de sua rotina. Começa a questionar a causa das coisas e a ideia moral da vida passa a ocupar seus pensamentos. Surge a concepção de um Criador e percebe que não pode mais simplesmente obedecer a seus instintos, diferenciando-se dos animais.
"Entre a alma que pergunta, a existência que se expande, a ansiedade que se agrava e o Espírito que responde ao Espírito, no campo da intuição pura, esboça-se imensa luta.
O homem que lascava a pedra e que se escondia na furna, escravizando os elementos com a violência da fera e matando indiscriminadamente para viver, instado pelos Instrutores Amigos que lhe amparam a senda, passou a indagar sobre a causa das coisas... Constrangido a aceitar os princípios de renovação e progresso, refugia-se no amor-egoísmo, na intimidade da prole, que lhe entretém o campo íntimo, ajudando-o a pensar.
Observa-se tocado por estranha metamorfose.
Vê, instintivamente, que não mais se poderia guiar pela excitabilidade dos seus tecidos orgânicos ou pelos apetites furiosos herdados dos animais...
Desligado lentamente dos laços mais fortes que o prendiam às Inteligências Divinas, a lhe tutelarem o desenvolvimento, para que se lhe afirmem as diretrizes próprias, sente-se sozinho, esmagado pela grandeza do Universo.
A ideia moral da vida começa a ocupar-lhe o crânio.
O Sol propicia-lhe a concepção de um Criador, oculto no seio invisível da Natureza, e a noite povoa-lhe a alma de Visões nebulosas e pesadelos imaginários, dando-lhe a ideia do combate incessante em que a treva e a luz se digladiam.
Abraça os filhinhos com enternecimento feroz, buscando a solidariedade possível dos semelhantes na selva que o desafia.
Mentaliza a constituição da família e padece na defesa do lar.
Os porquês a lhe nascerem fragmentários, no íntimo, insuflam-lhe aflição e temor.
Percebe que não mais pode obedecer cegamente aos impulsos da Natureza, ao modo dos animais que lhe comungam a paisagem, mas sim que lhe cabe agora o dever de superar-lhes os mecanismos, como quem vê no mundo em que vive a própria moradia, cuja ordem lhe requisita apoio e cooperação."

domingo, 4 de outubro de 2015

Pensamento Contínuo

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 10 - Palavra e Responsabilidade

Com o desenvolvimento da linguagem, a energia mental do homem primitivo desenvolve-se e dilata-se, permitindo melhor intercâmbio entre as criaturas e a consolidação do pensamento contínuo, transformando as ideias-relâmpago ou as ideias-fragmento (características do reino animal) em conceitos e questionamentos. Além disso, o homem começa a fixar o pensamento em si, se esforçando para concatená-lo e exprimi-lo, o que o levou à meditação sobre os problemas da vida. Passou também a se desprender do corpo físico durante o sono, recebendo orientações de benfeitores espirituais sobre questões morais.
"Com o exercício incessante e fácil da palavra, a energia mental do homem primitivo encontra insopitável desenvolvimento, por adquirir gradativamente a mobilidade e a elasticidade imprescindíveis à expansão do pensamento que, então paulatinamente, se dilata, estabelecendo no mundo tribal todo um oceano de energia sutil, em que as consciências encarnadas e desencarnadas se refletem, sem dificuldade, umas às outras.
Valendo-se dessa instituição de permuta constante, as Inteligências Divinas dosam os recursos da influência e da sugestão e convidam o Espírito terrestre ao justo despertamento na responsabilidade com que lhe cabe conduzir a própria jornada...
Pela compreensão progressiva entre as criaturas, por intermédio da palavra que assegura o pronto intercâmbio, fundamenta-se no cérebro o pensamento contínuo e, por semelhante maravilha da alma, as ideias relâmpagos ou as ideias-fragmentos da crisálida de consciência, no reino animal, se transformam em conceitos e inquirições, traduzindo desejos e idéias de alentada substância íntima.
Começando a fixar o pensamento em si mesmo, fatigando-se para concatená-lo e exprimi-lo, confiou-se o homem a novo tipo de repouso — a meditação compulsória, ante os problemas da própria vida —, passando a exteriorizar, inconscientemente, as próprias idéias e, com isso, a desprender-se do carro denso de carne, desligando as células de seu corpo espiritual das células físicas, durante o sono comum, para receber, em atitude passiva ou de curta movimentação, junto do próprio corpo adormecido, a visita dos Benfeitores Espirituais que o instruem sobre as questões morais.
O continuísmo da ideia consciente acende a luz da memória sobre o pedestal do automatismo."

sábado, 19 de setembro de 2015

Linguagem Convencional

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 10 - Palavra e Responsabilidade

Estando formados os órgãos responsáveis pela fala, o homem aprende a constituição mecânica das palavras, a partir da força da mente que aciona os implementos da voz, com a assistência dos tutores espirituais que o amparam. A linguagem mímica e primitiva, que adquiriu em seu percurso pelo reino animal, é agora reforçada pela linguagem convencional, que o permite expressar suas emoções e adquirir a experiência dos que se encontram mais adiantados.
"Aprende então o homem, com o amparo dos sábios tutores que o inspiram, a constituição mecânica das palavras, provindo da mente a força com que aciona os implementos da voz, gerando vibrações nos músculos torácicos, incluindo os pulmões e a traqueia como num fole, e fazendo ressoar o som no laringe e na boca, que exprimem também cavidades supraglóticas, para a criação, enfim, da linguagem convencional, com que reforça a linguagem mímica e primitiva, por ele adquirida na longa viagem pelo reino animal.
A esse modo natural de exprimir-se por gestos e atitudes silenciosos, em que derrama as suas forças acumuladas de afetividade e satisfação, desagrado ou rancor, em descargas fluídico-eletromagnéticas de natureza construtiva ou destrutiva, superpõe a criatura humana os valores do verbo articulado, com que acrisola as manifestações mais íntimas, habilitando-se a recolher, por intermédio de sinalética especial na escala dos sons, a experiência dos irmãos que caminham na vanguarda e aprendendo a educar-se para merecer esse tipo de assistência que lhe outorgará o estado de alegria maior, ante as perspectivas da cultura com que a vida lhe responde às indagações."

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Intervenções Espirituais

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 10 - Palavra e Responsabilidade

No processo evolutivo da comunicação, o perispírito do homem primitivo habita por longo tempo em regiões espaciais próprias, recebendo finos ajustes no aparelho da fonação, possibilitando a utilização da palavra articulada, que marca novo ciclo de progresso.
"É assim que, atingindo os alicerces da Humanidade, o corpo espiritual do homem infraprimitivo demora-se longo tempo em regiões espaciais próprias, sob a assistência dos instrutores do Espírito, recebendo intervenções sutis nos petrechos da fonação para que a palavra articulada pudesse assinalar novo ciclo de progresso.
O laringe, situado acima da traqueia e adiante da faringe, consubstanciado num esqueleto cartilaginoso, urdido em fibras e ligamentos, com uma seleta de pequenos músculos, sofre, nas mãos sábias dos condutores espirituais, à maneira de um órgão precioso entre os dedos de cirurgiões exímios no serviço de plástica, delicadas operações no curso dos séculos, para que os músculos mencionados se façam simétricos e para que se vinculem, tão destros quanto possível, à produção fisiológica da voz.
Em sua contextura interna aglutina-se uma mucosa ciliada que se destina ao trabalho de lançamento do som e que verte pelos estreitamentos, transformando-se em pavimentosa-estratificada na borda livre das cordas vocais verdadeiras.
Fora da ação das cordas vocais, o laringe revela no pescoço movimentos de ascensão e descensão, elevando-se na expiração e na deglutição e baixando na inspiração, na sucção e no bocejar, salientando-se no corpo qual perfeito instrumento de efeitos musicais."

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Linguagem Animal

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 10 - Palavra e Responsabilidade

Com o desenvolvimento do cérebro, a comunicação tornou-se necessária e então surgiu a linguagem entre os animais, promovida pela espiritualidade superior responsável pelo desenvolvimento da vida no planeta. Inicialmente o fonema e a mímica se mostraram necessárias para a implantação da comunicação, contudo, à medida que o processo evoluía, novos recursos foram utilizados pelo princípio inteligente.
"Aperfeiçoando as engrenagens do cérebro, o princípio inteligente sentiu a necessidade de comunicação com os semelhantes e, para isso, a linguagem surgiu entre os animais, sob o patrocínio dos gênios veneráveis que nos presidem a existência.
De início, o fonema e a mímica foram os processos indispensáveis ao intercâmbio de impressões ou para o serviço de defesa, como, por exemplo, o silvo de vários répteis, o coaxar dos batráquios, as manifestações sonoras das aves e o mimetismo de alguns insetos e vertebrados, a se modificarem subitamente de cor, preservando-se contra o perigo.
Contudo, à medida que se lhe acentuava a evolução, a consciência fragmentária investia-se na posse de mais amplos recursos.
O lobo grita pelos companheiros na sombra noturna, o gato encolerizado mostra fúria característica, miando raivosamente, o cavalo relincha de maneira particular, expressando alegria ou contrariedade, a galinha emite interjeições adequadas para anunciar a postura, acomodar a prole, alimentar os pintinhos ou rogar socorro quando assustada, e o cão é quase humano, em seus gestos de contentamento e em seus ganidos de dor."

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Microcosmo Prodigioso

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 9 - Evolução e Cérebro

O sistema nervoso autônomo é organizado e regula a atividade das vísceras. Os neurônios especializam-se nas comunicações, como vias eletromagnéticas, entre o espírito (recebendo seus comandos) e o corpo físico (executando as ordens, atuando na preservação do organismo). Os neurônios se assemelham a estações receptoras e emissoras, trabalhando as energias mentais e atuando nos chacras e suas respectivas regiões fisiológicas.

O cérebro se configura como o centro de comando do espírito sobre o corpo físico, onde os chacras coronário e frontal se unem, facultando-o como aparelho de expressão de sentimentos e pensamentos.

"Com o tempo, a Direção Espiritual da Vida consegue enfim organizar, com mais eficiência, o sistema nervoso autônomo, regulando e coordenando as funções das vísceras.
Estruturam-se desse modo, primorosamente, a inervação visceral aferente e eferente e os centros coordenadores, os sistemas simpático e parassimpático e as fibras pré e pós-ganglionares de Langley, com os neurônios a edificarem vias eletromagnéticas de comunicação entre o governo espiritual e as províncias orgânicas.
Em todos os ângulos do cérebro, esse microcosmo prodigioso, células especiais permanecem sob o controle do espírito, assimilando-lhe os desejos e executando-lhe as ordens no automatismo que a evolução lhe confere.
Desde o grupo tectobulbar das fibras pré-ganglionares, saindo com os pares cranianos, tecidas com neurônios no mesencéfalo, protuberância e bulbo e incluindo os núcleos supraópticos, paraventriculares e a parede anterior do infundíbulo, até o grupo sacro, com neurônios localizados na medula sacra, nervos especiais funcionam como estações emissoras e receptoras, manipulando a energia mental, projetada ou recolhida pela mente, em ação constante, nos domínios da sensação e da ideia, em conexões e trajetos que a ciência do homem mal começa a perceber, atuando nos demais centros do corpo espiritual e nas zonas fisiológicas que os configuram no veículo somático, através de circuitos reflexos.
No diencéfalo, campo essencialmente sensitivo e vegetativo, parte das mais primitivas do sistema nervoso central, o centro coronário, por fulcro luminoso, entrosa-se com o centro cerebral, a exprimir-se no córtex e em todos os mecanismos do mundo cerebral, e, dessa junção de forças, o espírito encontra no cérebro o gabinete de comando das energias que o servem, como aparelho de expressão dos seus sentimentos e pensamentos, com os quais, no regime de responsabilidade e de auto-escolha, plasmará, no espaço e no tempo, o seu próprio caminho de ascensão para Deus."

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Visão e Audição

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 9 - Evolução e Cérebro

No processo evolutivo do sistema nervoso, se consolidam os sentidos da visão e da audição sob a orientação das Inteligências Sublimes. Além dos sentidos disporem de variados aparelhos e implementos, o cérebro se organiza em lobos diversos, permitindo a expansão futura da alma.

"O sentido da vista, admiravelmente fixado, passa a permitir a constituição das imagens dos objetos na retina, segundo um sistema dióptrico particular, aperfeiçoando-se as células receptoras da luz, cujo impulso nervoso alcança as vias ópticas, transportando as imagens captadas até à profundez do cérebro, onde a mente incorpora as interpretações que lhe são próprias e analisa-as, plasmando observações para o arquivo da memória e da experiência.
E a audição, alicerçando-se em órgão complexo, consolida-se no ouvido interno (protegido pelo ouvido externo e pelo ouvido médio), em que o tubo coclear, a dividir-se em três compartimentos, vai encontrar as células evoluídas dos órgãos de Corti e as fibras nervosas do acústico encarregadas de transmitir as vibrações sonoras que atingem o ouvido médio, em estímulos nervosos, a saírem através do nervo auditivo na direção da mente, que realiza a seleção dos valores atinentes às sensações de tom, intensidade e timbre, estabelecendo, em seu próprio favor, vasta rede de reflexos condicionados com expressão decisiva em seu desenvolvimento.
Sob a orientação das Inteligências Sublimes, cada sentido se instala em organização especial, formada de vários aparelhos e implementos. Também o cérebro integral se organiza em lobos diversos, com vasta margem de recursos para o futuro, quando a alma então nascente, em atividade instintiva na construção de seu próprio veículo, se erigirá em consciência desperta com capacidade de utilizar as vantagens potenciais que a Divina Sabedoria lhe oferta."

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Formação dos Sentidos

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 9 - Evolução e Cérebro

No processo evolutivo do sistema nervoso, os órgãos dos sentidos ganham maior aprimoramento nos animais superiores.
Surge primeiro o tato, através da especialização das células da pele e das terminações nervosas, que em constante comunicação com o cérebro garante a defesa do organismo. 
Posteriormente, são formados os chamados sentidos químicos, que são o olfato e o paladar. Estes sentidos também se tornam operacionais a partir da especialização e aprimoramento das células, tanto na esfera física quanto na esfera extrafísica.
"No corpo dos animais superiores, obra-prima de supervisão e construção dos Arquitetos do Espírito, no transcurso dos séculos, a consciência fragmentária acrisola(1), então, os sentidos.
Findo longo período de trabalho, afirma-se o tato, por sentido cutâneo essencial, a espraiar-se por toda a pele. Esta se converte em superfície receptora, com variadas terminações nervosas que se salientam por extrema complexidade, desde as arborizações simples até os corpúsculos especializados que se localizam dentro da derme, utilizando células especiais, em comunicação incessante com o cérebro, para que as sensações táteis constantes possam defender os patrimônios da vida.
Adestrada a atenção, o animal na esfera física e na esfera extrafísica elabora, por atividades reflexas, várias substâncias que lhe excitam os centros receptivos, definindo os chamados sentidos químicos, a culminarem no olfato e no gosto.
No epitélio olfatório, as células basais, as de sustentação e as olfativas, sobre as glândulas de Bowman(2), que se encarregam de fornecer o muco necessário à discriminação dos elementos odoríferos, operam a seleção das propriedades aromáticas das substâncias, e, no dorso da língua, na epiglote, na face posterior da faringe como no véu do paladar, os corpúsculos gustativos, guardando as células epiteliais de sustentação e as células gustativas, associados às pequenas glândulas salivares, fazem o registro das substâncias destinadas à nutrição."

1. Acrisolar: Atribuir melhores qualidades; tornar melhor, mais aperfeiçoado; aperfeiçoar.
2. Glândula de Bowman: glândula localizada na região da mucosa olfativa, no interior nasal.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Reflexos-Tipos

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 9 - Evolução e Cérebro

No processo evolutivo do sistema nervoso, os diferentes reflexos-tipos(1) (flexão, fásico, miotático, postural, segmentares e intersegmentares) são organizados e fixados no reino animal. Através destes reflexos, o cérebro, contando com os centros  vitais (chacras) coronário e cerebral, registram os inúmeros estímulos, consolidando as diferentes faculdades de percepção e resposta ao meio externo.
"Estabelecidos os centros nervosos em que se entrosam as forças fisiopsicossomáticas, os reflexos-tipos são organizadas no reino animal, fixando-se o reflexo de flexão, que consta da flexão de um membro atacado na superfície por estímulos de variadas origens, o reflexo fásico que interessa a defesa própria na remoção de estímulos perniciosos, o reflexo miotático a evidenciar-se na contração de um músculo quando responde à extensão de suas fibras, os reflexos posturais diversos e os múltiplos reflexos segmentares e intersegmentares, com os arcos que lhes são característicos, tanto na parte aferente como na eferente, preparando-se o veículo fisiopsicossomático do porvir em suas reações nervosas fundamentais.
Através deles, o encéfalo, conservando consigo o centro coronário e o centro cerebral, registra excitações inúmeras, para que as faculdades de percepção e seleção, atenção e escolha se consolidem."

1.  Reflexo: movimento coordenado mais simples que se pode executar, produzido por um impulso nervoso, como reação automática e involuntária a um estímulo exterior.