quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Histogênese Espiritual

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 11 - Existência da Alma

Como continuação do post anterior (ver Metamorfose do Inseto), André Luiz nos explica as transformações pelas quais o ser humano está sujeito durante o período da encarnação, em analogia com as transformações sofridas pelos insetos durante as diferentes fases do seu desenvolvimento.
"Assim também, a criatura humana, depois do período infantil, atravessa expressivas etapas de renovação interior, até alcançar a madureza corpórea, não obstante apresenta-se com a mesma forma exterior, porquanto somente após o esgotamento da força vital no curso da vida, através da senectude(1) ou da caquexia(2) por intervenção da enfermidade, é que se habilita à transformação mais profunda.
Nesse período característico da caducidade celular ou da moléstia irreversível, demonstra gradativa diminuição de atividade, não mais tolerando a alimentação.
Pouco a pouco, declinam as suas atividades fisiológicas e a inércia substitui-lhe os movimentos.
Protege-se, desde então, no repouso horizontal em decúbito, quase sempre no leito, preparando o trabalho liberatório.
Chega, assim, o momento em que se imobiliza na cadaverização, mumificando-se à feição da crisálida(3), mas envolvendo-se no imo do ser com os fios dos próprios pensamentos, conservando-se nesse casulo de forças mentais, tecido com as suas próprias idéias reflexas dominantes ou secreções de sua própria mente, durante um período que pode variar entre minutos, horas, dias, meses ou decênios.
No ciclo de cadaverização da forma somática(4), sob o governo dinâmico de seu corpo espiritual, padece extremas alterações que, na essência, correspondem à histólise(5) das células físicas, ao mesmo tempo que elabora órgãos novos pelo fenômeno que podemos nomear, por falta de termo equivalente, como sendo histogênese espiritual(6), aproveitando os elementos vivos, desagregados do tecido citoplasmático, e que se mantinham até então, ligados à colmeia fisiológica entregue ao desequilíbrio ou à decomposição.
A histólise ou processo destrutivo na desencarnação resulta da ação dos catalisadores químicos e de outros recursos do mundo orgânico que, alentados em níveis de degenerescência, operam a mortificação dos tecidos e, do ponto de vista do corpo espiritual, afetam principalmente a morfologia dos músculos e os aparelhos da nutrição, com escassa influência sobre os sistemas nervoso e circulatório.
Pela histogênese espiritual, os tecidos citoplasmáticos se desvencilham em definitivo de alguns dos característicos que lhes são próprios, voltando temporariamente, qual se atendessem a processo involutivo, à condição de células embrionárias multiformes que se dividem, através da cariocinese(7)plasmando, em novas condições, a forma do corpo espiritual, segundo o tipo imposto pela mente."
1. Senectude: decrepitude, sensibilidade, velhice.
2. Caquexia: enfraquecimento geral, estado de debilidade orgânica.
3. Crisálida: analogia com o estado intermediário por que passam certos insetos para se transformarem de lagarta (larva) em borboleta, durante o qual se desenvolve no casulo.
4. Somático: referente ao corpo físico.
5. Histólise: destruição ou dissolução de tecidos orgânicos.
6. Histogênese: formação e desenvolvimento dos tecidos orgânicos.
7. Cariocinese: modo de multiplicação das células, por divisão indireta (mitose).
(Fonte: Mesquita, J.M. 1984. Elucidário do Livro Evolução em Dois Mundos).

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