domingo, 4 de outubro de 2015

Pensamento Contínuo

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 10 - Palavra e Responsabilidade

Com o desenvolvimento da linguagem, a energia mental do homem primitivo desenvolve-se e dilata-se, permitindo melhor intercâmbio entre as criaturas e a consolidação do pensamento contínuo, transformando as ideias-relâmpago ou as ideias-fragmento (características do reino animal) em conceitos e questionamentos. Além disso, o homem começa a fixar o pensamento em si, se esforçando para concatená-lo e exprimi-lo, o que o levou à meditação sobre os problemas da vida. Passou também a se desprender do corpo físico durante o sono, recebendo orientações de benfeitores espirituais sobre questões morais.
"Com o exercício incessante e fácil da palavra, a energia mental do homem primitivo encontra insopitável desenvolvimento, por adquirir gradativamente a mobilidade e a elasticidade imprescindíveis à expansão do pensamento que, então paulatinamente, se dilata, estabelecendo no mundo tribal todo um oceano de energia sutil, em que as consciências encarnadas e desencarnadas se refletem, sem dificuldade, umas às outras.
Valendo-se dessa instituição de permuta constante, as Inteligências Divinas dosam os recursos da influência e da sugestão e convidam o Espírito terrestre ao justo despertamento na responsabilidade com que lhe cabe conduzir a própria jornada...
Pela compreensão progressiva entre as criaturas, por intermédio da palavra que assegura o pronto intercâmbio, fundamenta-se no cérebro o pensamento contínuo e, por semelhante maravilha da alma, as ideias relâmpagos ou as ideias-fragmentos da crisálida de consciência, no reino animal, se transformam em conceitos e inquirições, traduzindo desejos e idéias de alentada substância íntima.
Começando a fixar o pensamento em si mesmo, fatigando-se para concatená-lo e exprimi-lo, confiou-se o homem a novo tipo de repouso — a meditação compulsória, ante os problemas da própria vida —, passando a exteriorizar, inconscientemente, as próprias idéias e, com isso, a desprender-se do carro denso de carne, desligando as células de seu corpo espiritual das células físicas, durante o sono comum, para receber, em atitude passiva ou de curta movimentação, junto do próprio corpo adormecido, a visita dos Benfeitores Espirituais que o instruem sobre as questões morais.
O continuísmo da ideia consciente acende a luz da memória sobre o pedestal do automatismo."

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