sexta-feira, 31 de julho de 2015

Genealogia do Espírito

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 6 - Evolução e Sexo

Neste trecho André Luiz esclarece que o embrião humano, durante sua formação, apresenta formas que o assemelham aos embriões de outras espécies animais, indicando a genealogia(1) tanto do organismo físico quanto do espírito, pois recapitula os vários níveis de evolução pelos quais o princípio inteligente passou durante o processo evolutivo no planeta.

E como visto em outros posts, o processo evolutivo da vida na Terra ocorre nos dois planos da vida, tanto no material quanto no espiritual, o que explica as lacunas existentes na evolução das espécies (os elos perdidos). Evolução que durou cerca de um bilhão e meio de anos, desde o surgimento dos primeiros vírus e bactérias até o princípio inteligente ingressar no mundo hominal, como ser de pensamento contínuo.
"Os naturalistas situados no chão do mundo, desde os sacerdotes egípcios, que estudavam a origem da vida planetária em conchas fósseis, até os mais eminentes biólogos modernos, atreitos à unilateralidade de observação, compreensivelmente não conseguirão suprir as lacunas existentes no quadro da evolução, não obstante Cuvier, com a Anatomia Comparada(2), tenha traçado forma básica à sistemática da Paleontologia(3).
Em verdade, porém, para não cairmos nas recapitulações incessantes a respeito de apreciações e conclusões que a Ciência do mundo tem repetido à saciedade, acrescentaremos simplesmente que as leis da reprodução animal, orientadas pelos instrutores divinos, desde o casulo ferruginoso do leptótrix(4), através da retração e expansão da energia nas ocorrências do nascimento e morte da forma, recapitulam ainda hoje, na organização de qualquer veículo humano, na fase embriogênica(5), a evolução filogenética(6) de todo o reino animal, demonstrando que além da ciência que estuda a gênese das formas, há também uma genealogia do Espírito. Com a supervisão celeste, o princípio inteligente gastou, desde os vírus e as bactérias das primeiras horas do protoplasma na Terra, mais ou menos quinze milhões de séculos a fim de que pudesse, como ser pensante, embora em fase embrionária da razão, lançar as suas primeiras emissões de pensamento contínuo(7) para os espaços cósmicos."

1. Genealogia: estudo da origem e da linhagem dos seres.
2. Anatomia Comparada: parte da Anatomia (ciência que estuda a constituição dos seres organizados) que se ocupa dos órgãos de indivíduos de espécies diferentes.
3. Paleontologia: ciência que tem por objeto o estudo dos animais e vegetais fósseis, principalmente através dos traços deixados nos sedimentos geológicos.
4. Leptótrix: bactéria microscópica que utiliza o ferro como principal nutriente.
5. Embriogênico: relativo à embriogenia, que é a formação dos seres vivos desde o óvulo até o nascimento.
6. Filogenético: referente à filogênese, que é o estudo das relações de descendência biológica dos organismos, e da evolução de uma espécie ou grupo biológico a partir de formas primitivas de origem.
7. Pensamento Contínuo: pensamento constante, ininterrupto, que caracteriza a capacidade mental do homem, em oposição ao pensamento fragmentário (intermitente), próprio dos animais irracionais.
(Fonte: Mesquita, J.M. 1984. Elucidário do Livro Evolução em Dois Mundos).

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Descendência e Seleção

Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 6 - Evolução e Sexo

André Luiz explica que as espécies evoluem nos dois planos da existência (material e espiritual), resultando nos processos de descendência e de seleção, isto é, fixando as características favoráveis ao desenvolvimento da espécie ou então suprimindo espécies que não se adaptam às condições do planeta.

O transformismo das espécies e o surgimento de novas espécies baseiam-se na interação e funcionamento do núcleo e do citoplasma das células. Como visto no post "Concentrações Fluídico-Magnéticas", os cromossomos, que são estruturas fisiopsicossomáticas(1), partilham do corpo físico pelo núcleo da célula e do corpo espiritual pelo citoplasma.
"É justo lembrar, no entanto, que os trabalhos gradativos da descendência e da seleção, que encontrariam em Lamarck e Darwin expositores dos mais valiosos, operavam-se em dois planos.
As crisálidas(2) de consciência dos reinos inferiores, mergulhadas em campo vibratório diferente pelo fenômeno da morte, justapunham-se às células renascentes que continuavam a servi-las, colhendo elementos de transmutação para a volta à esfera física, pela reencarnação compulsória, sob a orientação das Inteligências Sublimes que nos sustentam a romagem, circunstância que nos compele a considerar que o transformismo das espécies, como também a constituição de espécies novas, ajustando-se a funções fisiológicas, expansão e herança, baseiam-se no mecanismo e na química do núcleo e do citoplasma, em que as energias fisiopsicossomáticas se reúnem."

1. Fisiopsicossomático: relativo ao que pertence, simultaneamente, aos domínios do corpo físico e do corpo psicossomático, sendo este o psicossoma (corpo espiritual ou perispírito).
2. Crisálida: termo usado por analogia ao estado intermediário por que passam certos insetos para se transformarem de lagarta em borboleta, durante o qual a larva se desenvolve num invólucro denominado casulo.
(Fonte: Mesquita, J.M. 1984. Elucidário do Livro Evolução em Dois Mundos).

terça-feira, 28 de julho de 2015

Filtros de Transformismo

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 6 - Evolução e Sexo

Neste trecho André Luiz nos explica que o princípio inteligente (que virá a se tornar espírito quando adentrar o reino hominal) estagia nos reinos mineral, vegetal e animal experimentando as características que se fixarão posteriormente. No processo evolutivo da vida no planeta, várias espécies surgiram e desapareceram permitindo o aprimoramento do processo reencarnatório.
"O princípio inteligente é experimentado de modos múltiplos no laboratório da Natureza, constituindo-se-lhe, pouco a pouco, a organização físico-espiritual, e traçando-se-lhe entre a Terra e o Céu a destinação finalista.
Com o amparo dos Trabalhadores Divinos fixa em si mesmo os selos vivos da reprodutividade, que se definem e aperfeiçoam no regaço dos milênios, deixando na retaguarda, como filtros de transformismo, não somente os reinos mineral e vegetal, institutos de recepção e expansão da onda criadora da vida, em seu fluxo incessante, como também certas classes de organismos outros que passariam a coexistir com os elementos em ascensão, qual acontece ainda hoje quando observamos ao lado da inteligência humana, relativamente aprimorada, plantas e vermes que já existiam no pré-câmbrico inferior(1).
Os tecidos germinais sofrem, por milhares de anos, provas continuadas para que se lhes possa aferir o valor e se lhes apure o adestramento.
Formas monstruosas aparecem e desaparecem, desde os anelídeos(2) aos animais de grande porte, por séculos e séculos, até que as espécies conseguissem acomodação nos próprios tipos.
Entre as que chegam à luz e as que se fundem nas sombras, traçam-se parentescos profundos.
Os cromossomas permanecem imorredouros, através dos centros genésicos de todos os seres, encarnados e desencarnados, plasmando alicerces preciosos aos estudos filogenéticos do futuro."

1. Pré-Câmbrico Inferior: relativo à primeira fase do período pré-cambriano, em cuja última fase surgem os primeiros sinais de vida rudimentar na Terra.
2. Anelídeo: animal invertebrado, alongado, de secção circular e segmentado; ao grupo pertencem as minhocas e as sanguessugas.
(Fonte: Mesquita, J.M. 1984. Elucidário do Livro Evolução em Dois Mundos).

domingo, 26 de julho de 2015

Concentrações Fluídico-Magnéticas

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 6 - Evolução e Sexo

Neste trecho André Luiz nos fala do surgimento dos genes e dos cromossomos no processo de reprodução no planeta. Assim como os Benfeitores Espirituais atuaram na formação do planeta, pela transformação do fluido cósmico universal em átomos que formaram os elementos químicos, Eles também agiram na elaboração dos genes, através de concentrações fluídico-magnéticas especiais, a se expressarem inicialmente nas algas verdes. Posteriormente, os genes se diferenciaram segundo as espécies.
"Ao toque dos operários divinos, a matéria elementar fora no princípio transubstanciada em massa astronômica de eletrões (elétrons) e protões (prótons), que teceram o largo berço da vida humana em plena vida cósmica. E ainda sob a inteligência deles, com a supervisão do Cristo de Deus, semelhantes recursos baseiam a formação dos átomos em elementos, combinam-se os elementos em conjuntos químicos, abrem os conjuntos químicos lugar aos coloides, mesclam-se os coloides em misturas substanciais, oferecendo ao princípio inteligente, oriundo da amplidão celeste, o ninho propício ao desenvolvimento.
Eras imensas transcorreram; e esse princípio inteligente, destinado a crescer para a glória da vida, em dois planos distintos de experiência, quando se mostra ativado em constituição mais complexa, recebe desses mesmos Arquitetos da Sabedoria Divina os dons da reprodução mais complexa nos cromossomos(1), ou concentrações fluídico-magnéticas especiais, a se retratarem, através do tempo, pela reflexão constante, no campo celular, concentrações essas que, por falta de terminologia adequada no dicionário humano, baratearemos, quanto possível, comparando-as aos moldes fabricados para o serviço de fundição na oficina tipográfica.
Os cromossomos, estruturados em grânulos infinitesimais de natureza fisiopsicossomática, partilham do corpo físico pelo núcleo da célula em que se mantêm e do corpo espiritual pelo citoplasma em que se implantam.
E como acontece aos moldes tipográficos, que são formados de linhas para que se lhes expresse o sentido, também eles são constituídos pelos elementos chamados genes(2), o que lhes dá, tanto quanto ocorre ao alfabeto humano, a característica de imortalidade nas células que se renovam transmitindo às sucessoras as suas particulares disposições, nas mesmas circunstâncias em que, num texto tipográfico, as letras e os moldes podem viver, indefinidamente, no material destrutível e renovável, por intermédio do qual se conservam e se exprimem na memória das gerações.
Com o tempo, diferenciam-se os cromossomos nas províncias da evolução, segundo as espécies, como variam as criações do pensamento impresso, de acordo com os moldes tipográficos nas esferas da cultura.
Os elementos germinativos são minuciosamente analisados e testados nas plantas, até que sofram transformações essenciais na química das algas verdes, de cuja compleição caminham no rumo de mais amplos desdobramentos."

1. Cromossomo: cada um dos corpúsculos que aparecem no núcleo da célula durante a divisão celular, os quais contém os genes ou fatores hereditários, sendo o seu número constante em cada espécie animal ou vegetal.
2. Gene: unidade hereditária ou genética que, em formas alternativas, conduz à formação, de uma determinada característica, sendo, portanto, fator de hereditariedade.
(Fonte: Mesquita, J.M. 1984. Elucidário do Livro Evolução em Dois Mundos).

sábado, 25 de julho de 2015

As Algas Verdes

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 6 - Evolução e Sexo

André Luiz nos informa que as algas verdes surgiram a partir de transformações importantes ocorridas na bactéria leptótrix. Estas transformações ocorreram primeiramente no mundo espiritual para posteriormente serem expressas no mundo material, surgindo assim, nova espécie no processo evolutivo do planeta.
"Os biologistas dos últimos tempos costumam perguntar sem resposta se as algas verdes, proprietárias de estrutura particular, descendem das primitivas cianofíceas(1), de tessitura mais simples, nas quais a ficocianina(2), associada à clorofila, é o pigmento azulado de sua composição fundamental. O hiato existente, de que dá conta Hugo De Vries, ao desenvolver o mutacionismo(3), foi preenchido pelas atividades dos Servidores da Organogênese Terrestre, que submeteram a família do leptótrix(4) a profundas alterações nos campos do espírito, transmutando-lhe os indivíduos mais completos, que reapareceram metamorfoseados nas algas referidas, a invadirem luxuriantemente as águas, instalando novo ciclo de progresso e renovação..."

1. Cianofícea: designação das algas de cor azulada, cujo grupo pode formar colônias nas águas e terrenos úmidos.
2. Ficocianina: substância azulada encontrada nas algas azuis.
3. Mutacionismo: variação súbita, e não gradual, nas características de uma espécie viva, segundo teoria do botânico holandês Hugo de Vries (1848 – 1935).
4. Leptótrix: bactéria microscópica que utiliza o ferro como principal nutriente.
(Fonte: Mesquita, J.M. 1984. Elucidário do Livro Evolução em Dois Mundos).

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Bactéria Diferenciada

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 6 - Evolução e Sexo

Aqui André Luiz nos explica os primórdios da reprodução sexuada no processo evolutivo da vida na Terra. Esta diferenciação se iniciou com uma bactéria primitiva que em milhares de séculos foi se aprimorando e dando origem às algas verdes e à reprodução sexuada.

"Dobadas longas faixas de tempo, em que bactérias e células são experimentadas em reprodução agâmica (1), eis que determinado grupo apresenta no imo da própria constituição qualidades magnéticas positivas e negativas que lhe são desfechadas pelos orientadores espirituais encarregados do progresso devido ao Planeta.
Pressente-se a evolução animal em vésperas de nascer...
De todas as espécies de bactérias já formadas, uma se destaca nos imensos depósitos de água doce sobre o leito pétreo do algonquiano (2).
É diferenciada de quantas se estiram sobre a Crosta Terrestre.
Não tem a característica absolutamente ameboide.
Mostra configuração elipsoidal, como se fora microscópico bastonete ou girino, a que não falta leve radícula à feição de cauda.
É o leptótrix (3), que, em miríades (4) de individuações, permanece por milhares de séculos nas rochas antigas, nutrindo-se simplesmente de ferro.
Quando se desvencilha da minúscula carapaça ferrosa em que se esconde, é instintivamente obrigado a nadar, até que outra carapaça semelhante o envolva.
Os Instrutores Espirituais valem-se da medida para impulsioná-lo à transformação.
Perdendo os diminutos envoltórios metálicos e constrangidas a edificar abrigos idênticos que lhes atendam à necessidade de proteção, essas bactérias, que exprimem figura importante de junção no trabalho evolutivo da Natureza, são compelidas ao movimento, em que não apenas se atraem umas às outras, nos prelúdios iniciais da reprodução sexuada, mas em que conhecem, por acidente, a morte em massa, da qual ressurgem nos mesmos tratos de vida em que se encontram, sob a criteriosa atenção dos Condutores da Terra, para renascerem, após longo tempo de novas experimentações, na forma das algas verdes, inaugurando a comunhão sexual sobre o mundo."

1. Agâmico: de reprodução assexuada, ou seja, sem células sexuais diferenciadas.
2. Algonquiano: Relativo ou pertencente a uma era geológica entre o Arqueano e o Paleozoico, sendo atualmente denominado Proterozoico. Período em que ocorre o aparecimento de vida na terra.
3. Leptótrix: bactéria microscópica que utiliza o ferro como principal nutriente.
4. Miríade: quantidade indefinida, porém grandíssima.
(Fonte: Mesquita, J.M. 1984. Elucidário do Livro Evolução em Dois Mundos).

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Fenômenos Explicáveis

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 5 - Células e Corpo Espiritual

Considerando a submissão das células ao comando dos estímulos nervosos, podemos explicar a ocorrência de certos fenômenos, tais como, a capacidade dos faquires de superarem as sensações físicas; assim também, a ocorrência das materializações mediúnicas, em que o impulso nervoso secundado pela ação de Inteligências desencarnadas, influenciam as células do médium a expelirem e moldarem o ectoplasma, propiciando a realização do fenômeno.
"Dentro do mesmo princípio de submissão das células ao estímulo nervoso, é que a experiência de transplante dos tecidos de embriões entre si, com alguns dias de formação, pode oferecer resultados surpreendentes, de vez que as células orientadas em determinado sentido, quando enxertadas sobre tecidos outros “in vivo”, conseguem gerar órgãos extras, em regime de monstruosidade, obedecendo a determinações especializadas resultantes das ordens magnéticas de origem que saturavam essas mesmas células.
E é ainda aí, pelo mesmo teor de semelhante saturação, que vamos entender as demonstrações do faquirismo e outras realizadas em sessões experimentais do Espiritismo, nas quais a mente superconcentrada pode arremessar fluídos de impulsão sobre vidas inferiores, como seja a das plantas, imprimindo-lhes desenvolvimento anormal, e explicar os fenômenos da materialização mediúnica. Neste caso, sob condições excepcionais e com o auxílio de Inteligências desencarnadas, o organismo do médium deixa escapar o ectoplasma ou o plasma exteriorizado, no qual as células, em tonalidade vibratória diferente, elastecem-se e se renovam, de conformidade com os moldes mentais que lhes são apresentados, produzindo os mais significativos fenômenos em obediência ao comando da Inteligência, por intermédio dos quais a esfera espiritual sugere ao plano físico a imortalidade da alma, a caminho da vida superior."

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Efeitos do Automatismo

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 5 - Células e Corpo Espiritual

Aqui André Luiz nos esclarece que ao se realizar uma cultura artificial de tecidos orgânicos, as células continuam vivas e crescendo, desde que se ofereça as condições minimas para sobrevivência destas células. Mas elas crescerão em um padrão diferente ao crescimento observado no organismo vivo, podendo deixar de apresentar as características de células especializadas de tecidos ou órgãos e assumindo características gerais, como uma ameba(1). Isto ocorre porque quando estão no organismo atendem ao comando do espírito que coordena as atividades e quando em cultura artificial se comportam como células livres agindo sob seus próprios impulsos.
"Perfeitamente compreensíveis, nessa base, os estudos científicos que reconhecem os agrupamentos colaboracionistas das células especializadas, através da cultura artificial dos tecidos orgânicos, em que um fragmento qualquer desses mesmos tecidos, seja da epiderme ou do cérebro, permanece vivo, por muito tempo, quando mergulhado em soro que, cuidadosamente imunizado e mantido na temperatura correspondente à do corpo físico, acusa uma vida intensa. Decorridas algumas horas, os produtos de excreta(2) intoxicam o soro, impedindo o desenvolvimento celular; mas, se o líquido for renovado, continuam as células a crescer no mesmo ritmo de movimento e expansão que lhes marca a atividade no edifício corpóreo.
Todavia, fora do governo mental que as dirigia, não se revelam iguais às suas irmãs em função orgânica.
As células nervosas, por exemplo, com as suas fibrilas especiais, não produzem células com fibrilas análogas, e as que atendem nos músculos aos serviços da contração se desdiferenciam(3), regredindo ao tipo conjuntivo(4).
Todas as que se ausentam do conjunto estrutural do tecido inclinam-se para a apresentação morfológica da ameba, segundo observações cientificamente provadas.
Isso ocorre porque as células, quando ajustadas ao ambiente orgânico, demonstram o comportamento natural do operário mobilizado em serviço, sob as ordens da Inteligência, comunicando-se umas com as outras sob o influxo espiritual que lhes mantém a coesão, e procedem no soro quais amebas em liberdade para satisfazer aos próprios impulsos."
1. Ameba: animal protozoário, unicelular (uma só célula), microscópico, que se locomove por meio de pseudópodes, que são prolongamentos plasmáticos muito variáveis que servem como órgãos táteis, locomotores e para a captura de alimento.
2. Excreta: excreção, matéria expelida como resíduo inútil.
3. Desdiferenciar: causar perda de capacidade no processo de especialização das células para o desempenho de determinadas funções no organismo, processo esse denominado diferenciação celular.
4. Tecido Conjuntivo: tecido formado pelos agrupamentos celulares que têm como principal característica apresentar uma grande quantidade de material celular, de vez que as células constitutivas desse tecido secretam uma grande variedade de substância, que se acumulam nos espaços intercelulares. Como esse material intercelular é rico em fibras, a função primordial do tecido conjuntivo é a de preencher os espaços entre os outros tecidos orgânicos e sustentá-los.
(Fonte: Mesquita, J.M. 1984. Elucidário do Livro Evolução em Dois Mundos).

terça-feira, 21 de julho de 2015

Automatismo Celular

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 5 - Células e Corpo Espiritual

André Luiz nos explica que a inteligência influencia o citoplasma(1) das células, fazendo com que estas desempenhem o trabalho que lhes é devido. E este trabalho sendo repetido inúmeras vezes, torna-se automático.
"É da doutrina celular corrente no mundo que as células tomam aspectos diferentes conforme a natureza das organizações a que servem, competindo-nos desenvolver mais amplamente o asserto, para asseverar que a inteligência, influenciando o citoplasma, que é, no fundo, o elemento intersticial de vinculação das forças fisiopsicossomáticas, obriga as células ao trabalho de que necessita para expressar-se, trabalho este que, à custa de repetições quase infinitas, se torna perfeitamente automático para as unidades celulares que se renovam, de maneira incessante, na execução das tarefas que a vida lhes assinala."
Citoplasma: o protoplasma, que é a massa formadora da célula, excluído o núcleo. 

segunda-feira, 20 de julho de 2015

O Todo Indivisível do Organismo

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 5 - Células e Corpo Espiritual

Sob o comando da mente, as células se reúnem e se diferenciam formando os tecidos e órgãos, que passam a funcionar de forma integral e indivisível, sendo contidas pelo sistema nervoso e controladas pelo sistema endócrino. A secreção dos hormônios é controlada pela mente e definida pelo equilíbrio (ou desequilíbrio) dos sentimentos que presidem o indivíduo.

"Lógico entender, dessa forma, que, diante do governo mental, a reunião das células compõe tecidos, assim como a associação dos tecidos esculpe os órgãos, partes constituintes do organismo que passa a funcionar como um todo indivisível em sua integridade, cingido pelo sistema nervoso e controlado pelos hormônios ou substâncias produzidas em determinado órgão e transportadas a outros arraiais da atividade somática, que lhes excitam as propriedades funcionais para certos fins, hormônios esses nascidos de impulsão mecânica da mente sobre o império celular, conforme diferentes estados emotivos da consciência, enfeixando cargas de elementos químicos em nível ideal, quando o equilíbrio íntimo lhe preside as manifestações, e consubstanciando recursos de manutenção e preservação da vida normal, perfeitamente isoláveis pela ciência comum, como já acontece com a adrenalina das suprarrenais, com a insulina do pâncreas, a testosterona dos testículos e outras secreções glandulares do cosmo orgânico."

domingo, 19 de julho de 2015

Formas das Células

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 5 - Células e Corpo Espiritual

Este trecho, dando continuidade ao post anterior ("Princípios Inteligentes Rudimentares"), reforça a ideia da condição de autonomia das células que constituem os organismos pluricelulares. Autonomia que é subordinada à mente que governa o organismo a que estão jungidas. Se especializam de acordo com o centro de força (chacra) à que estão vinculadas.
"Dispostas na construção da forma em processo idêntico ao da superposição dos tijolos numa obra de alvenaria, as células são compelidas à disciplina, perante a ideia orientadora que as associa e governa, quanto os tijolos vulgares são constrangidos à submissão ante as linhas traçadas pelo arquiteto que lhes aproveita o concurso na concretização de projeto específico.
É assim que são funcionárias da reprodução no centro genésico, trabalhadores da digestão e absorção no centro gástrico, operários da respiração e fonação no centro laríngeo, da circulação no centro cardíaco, servidoras e guardiãs fixas ou migratórias do tráfego e distribuição, reserva e defesa no centro esplênico, auxiliares da inteligência e elementos de ligação no centro cerebral e administradoras e artistas no centro coronário, amolgando-se às ordens mentais recebidas e traduzindo na região de trabalho que lhes é própria a individualidade que as refreia e influencia, com justas limitações no tempo e no espaço.
Temo-las, desse modo — repetimos —, por microscópicos motores elétricos, com vida própria, subordinando-se às determinações do ser que as aglutina e que lhes imprime a fixação ou a mobilidade indispensáveis às funções que devam exercer no mar interior do mundo orgânico, formado pelos líquidos extracelulares, a se definirem no líquido lacunar que as irriga e que circula vagarosamente; na linfa que verte dos tecidos, endereçada ao sangue; e no plasma sanguíneo que se movimenta, rápido, além de outros líquidos intersticiais, característicos do meio interno."

sábado, 18 de julho de 2015

Princípios Inteligentes Rudimentares

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 5 - Células e Corpo Espiritual

Neste trecho André Luiz nos explica que as células de nosso organismo são seres independentes que se apresentam domesticados e se agrupam de acordo com a função que exercem nos diferentes tecidos do corpo. O espírito, através do centro coronário, comanda o pensamento que permite a ação organizada das células.

As células se apresentam como princípios inteligentes rudimentares comandadas por um princípio inteligente em estágio mais avançado, como nos animais superiores e no ser humano.
"Com o transcurso dos evos, surpreendemos as células como princípios inteligentes de feição rudimentar, a serviço do princípio inteligente em estágio mais nobre nos animais superiores e nas criaturas humanas, renovando-se continuamente, no corpo físico e no corpo espiritual, em modulações vibratórias diversas, conforme a situação da inteligência que as senhoreia, depois do berço ou depois do túmulo.
Animálculos(1) infinitesimais, que se revelam domesticados e ordeiros na colmeia orgânica, assumem formas diferentes, segundo a posição dos indivíduos e a natureza dos tecidos em que se agrupam, obedecendo ao pensamento simples ou complexo que lhes comanda a existência.
São cenositos(2) ou microrganismos que podem viver livremente, como autositos(3), ou como parasitos(4); sincícios(5) ou massa de células que se fundem para a execução de atividade particular, como, por exemplo, na musculatura cardíaca ou na camada epitelial que compõe a parte externa da placenta, com ação histolítica(6) sobre a estrutura da organização materna; células anastomosadas(7), como as que se coordenam na formação dos tecidos conjuntivos; células em grupos coloniais, com movimentos perfeitamente coordenados, quais as que se mostram nos volvocídeos(8); células com matriz intersticial(9), que elaboram substâncias imprescindíveis à conservação da vida na província corpórea, e as células que podem diversificar-se, constituindo-se elementos livres, como na preparação dos glóbulos da corrente sanguínea.
Articulam-se em múltiplas formas, adaptando-se às funções que lhes competem no veículo de manifestação da criatura que temporariamente as segrega, à maneira de peças eletromagnéticas inteligentes, em máquina eletromagnética superinteligente, atendendo com precisão matemática aos apelos da mente, assemelhando-se, de certo modo, no organismo, aos milhões de átomos que constituem harmonicamente as cordas de um piano, acionadas pelos martelos minúsculos dos nervos, ao impacto das teclas que podemos simbolizar nos fulcros(10) energéticos do córtice encefálico(11), movimentado e controlado pelo Espírito, através do centro coronário(12) que sustenta a conjunção da vida mental com a forma organizada em que ela própria se expressa."

1. Animálculo: animal microscópico.
2. Cenosito: animal que vive associado a outro organismo, compartilhando do mesmo alimento, sem ser caracterizado verdadeiramente como parasito. Ex.: a rêmora, que se prende ao corpo do tubarão por ventosas e aproveita seus restos alimentares.
3. Autosito: Diz-se de ou o gêmeo maior ou mais desenvolvido que fornece a alimentação para o feto menos desenvolvido, isto é, o parasita.
4. Parasito: organismo que retira seus alimentos de outro organismo, ao qual acarreta prejuízo, podendo até causar-lhe a morte em situações muito graves.
5. Sincício: massa de protoplasma com muitos núcleos e sem divisão em células. Ex.: músculo cardíaco.
6. Histolítico: relativo a histólise, isto é, destruição ou dissolução de tecidos orgânicos.
7. Anastomosado: ligado por anastomose, que é a união entre dois órgãos semelhantes, como dois vasos, dois nervos, etc.
8. Volvocídeo: grupo de seres unicelulares flagelados (possuem órgãos locomotores denominados flagelos). Tem forma esferoidal ou fusiforme. Constitui o primeiro passo para a formação dos tecidos organizados, na evolução dos seres vivos.
9. Intersticial: que ocupa os interstícios, isto é, pequenos espaços situados entre as células.
10. Fulcro: ponto ou base de sustentação; pivô de rotação.
11. Córtice (córtex) Encefálico: O córtex cerebral corresponde à camada mais externa do cérebro dos vertebrados, sendo rico em neurônios e o local do processamento neuronal mais sofisticado e distinto. Desempenha papel central em funções complexas do cérebro como na memória, atenção, consciência, linguagem, percepção e pensamento.
12. Centro Coronário (Chacra Coronário): centro de força vital, no perispírito, relacionado com a epífise (glândula pineal), no corpo físico; supervisiona todos os demais centros de força vital, porque recebe em primeiro lugar os estímulos do espírito.
(Fonte: Mesquita, J.M. 1984. Elucidário do Livro Evolução em Dois Mundos/Wikipédia/Dicionário Michaelis).

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Gênese dos Órgãos Psicossomáticos

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 4 - Automatismo e Corpo Espiritual

Aqui André Luiz nos explica a origem dos órgãos dos sentidos no processo de evolução da vida no planeta. Os precursores dos órgãos dos sentidos surgiram em organismos simples, que figuram na base da cadeia evolutiva e que foram aperfeiçoando no decorrer do tempo e das diversas formas viventes.
"Todos os órgãos do corpo espiritual e, consequentemente, do corpo físico foram, portanto, construídos com lentidão, atendendo-se à necessidade do campo mental em seu condicionamento e exteriorização no meio terrestre.
Foi assim que o tato nasceu no princípio inteligente, na sua passagem pelas células nucleares em seus impulsos ameboides(1); que a visão principiou pela sensibilidade do plasma nos flagelados(2) monocelulares expostos ao clarão solar; que o olfato começou nos animais aquáticos de expressão mais simples, por excitações do ambiente em que evolviam; que o gosto surgiu nas plantas, muitas delas armadas de pelos viscosos destilando sucos digestivos, e que as primeiras sensações do sexo apareceram com algas marinhas providas não só de células masculinas e femininas que nadam, atraídas umas para as outras, mas também de um esboço de epiderme sensível, que podemos definir como região secundária de simpatias genésicas."

1. Ameboide: semelhante ao movimento produzido pela ameba, que é um animal microscópico unicelular (uma só célula).
2. Flagelado: animal unicelular (uma só célula) que possui filamentos móveis que servem do órgãos locomotores, denominados flagelos.
(Fonte: Mesquita, J.M. 1984. Elucidário do Livro Evolução em Dois Mundos).

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Evolução e Princípios Cosmocinéticos

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 4 - Automatismo e Corpo Espiritual

Neste trecho André Luiz nos esclarece que os processos de criação e evolução da vida na Terra estendem-se por períodos imensos de tempo, em que o perispírito e o corpo físico vão sendo modelados nos planos extrafísico e físico, respectivamente. O perispírito é a soma das inúmeras experiências vivenciadas e infinitamente repetidas. Neste decurso dos fatos, o espírito vale-se da cooperação das "vidas menores" e estas se valem do apoio daquele, para darem prosseguimento ao processo evolutivo. E que a Lei de Progresso tanto quanto os princípios cosmocinéticos (referentes às forças que mantêm o movimento dos astros) prevalecem e regulam a vida orgânica, atuando na dinâmica dos átomos. 
"Os dias da Criação, assinaladas nos livros de Moisés, equivalem a épocas imensas no tempo e no espaço, porque o corpo espiritual(1) que modela o corpo físico e o corpo físico que representa o corpo espiritual constituem a obra de séculos numerosos, pacientemente elaborada em duas esferas diferentes da vida, a se retomarem no berço e no túmulo com a orientação dos Instrutores Divinos que supervisionam a evolução terrestre.
Com semelhante enunciado não diligenciamos, de modo algum, explicar a gênese do espírito, porque isso, por enquanto, implicaria arrogante e pretensiosa definição do próprio Deus.
Propomo-nos simplesmente salientar que a lei da evolução prevalece para todos os seres do Universo, tanto quanto os princípios cosmocinéticos, que determinam o equilíbrio dos astros, são, na origem, os mesmos que regulam a vida orgânica, na estrutura e movimento dos átomos.
O veículo do espírito, além do sepulcro, no plano extrafísico ou quando reconstituído no berço, é a soma de experiências infinitamente repetidas, avançando vagarosamente da obscuridade para a luz. Nele, situamos a individualidade espiritual, que se vale das vidas menores para afirmar-se, das vidas menores que lhe prestam serviço, dela recolhendo preciosa cooperação para crescerem a seu turno, conforme os inelutáveis objetivos do progresso."

1. Corpo Espiritual: o perispírito, psicossoma.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Automatismo e Herança

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 4 - Automatismo e Corpo Espiritual

Neste trecho André Luiz nos explica que o princípio inteligente ao percorrer as extensas fileiras da evolução, passando pelas variadas espécies vegetais e animais até chegar ao estado hominal, adquire as faculdades necessárias para a consolidação da individualidade. Que o automatismo e a herança adquiridas neste processo de evolução assumem papel preponderante na formação do psiquismo.
"Assim como na coletividade humana o indivíduo trabalha para a comunidade a que pertence, entregando-lhe o produto das próprias aquisições, e a sociedade opera em favor do indivíduo que a compõe, protegendo-lhe a existência no impositivo do aperfeiçoamento constante, nos reinos menores o ser inferior serve à espécie a que se ajusta, confiando-lhe, maquinalmente, o fruto das próprias conquistas, e a espécie labora em benefício dele, amparando-o com todos os valores por ela assimilados, a fim de que a ascensão da vida não sofra qualquer solução de continuidade.
Se, no círculo humano, a inteligência é seguida pela razão e a razão pela responsabilidade, nas linhas da civilização, sob os signos da cultura, observamos que, na retaguarda do transformismo, o reflexo precede o instinto, tanto quanto o instinto precede a atividade refletida, que é base da inteligência nos depósitos do conhecimento adquirido por recapitulação e transmissão incessantes, nos milhares de milênios em que o princípio espiritual atravessa lentamente os círculos elementares da Natureza, qual vaso vivo, de forma em forma, até configurar-se no indivíduo humano, em trânsito para a maturação sublimada no campo angélico.
Desse modo, em qualquer estudo acerca do corpo espiritual, não podemos esquecer a função preponderante do automatismo e da herança na formação da individualidade responsável, para compreendermos a inexequibilidade de qualquer separação entre a Fisiologia e a Psicologia, porquanto ao longo da atração no mineral, da sensação no vegetal e do instinto no animal, vemos a crisálida de consciência construindo as suas faculdades de organização, sensibilidade e inteligência, transformando, gradativamente, toda a atividade nervosa em vida psíquica."

Atividades Reflexas do Inconsciente

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 4 - Automatismo e Corpo Espiritual

Neste trecho André Luiz nos informa que assim como consolidamos o aprendizado pelo treinamento, através da repetição, o princípio espiritual assim o fez, através de inumeráveis encarnações e desencarnações nos variados estágios da Natureza, para incorporar o repertório de conhecimentos, expressos pelas atividades reflexas do inconsciente.
"Sabemos que, em nos propondo aprender a ler e escrever, antes de tudo nos consagramos à empresa difícil de assimilação do alfabeto e da escrita, consumindo energia cerebral e coordenando o movimento dos olhos, dos lábios e das mãos, em múltiplas fases de atenção e trabalho, de maneira a superar nossas próprias inibições, para, depois, conseguirmos ler e escrever, mecanicamente, sem qualquer esforço, a não ser aquele que se refere à absorção, comunicação ou materialização do pensamento lido ou escrito, porquanto a leitura e a grafia ter-se-ão tornado automáticas na esfera de nossa atividade mental.
Nessa base de incessante repetição dos atos indispensáveis ao seu próprio desenvolvimento, vestindo-se de matéria densa no plano físico e desnudando-se dela no fenômeno da morte, para revestir-se de matéria sutil no plano extrafísico e renascer de novo na Crosta da Terra, em inumeráveis estações de aprendizado, é que o princípio espiritual incorporou todos os cabedais da inteligência que lhe brilhariam no cérebro do futuro, pelas chamadas atividades reflexas do inconsciente."

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Automatismo Fisiológico

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 4 - Automatismo e Corpo Espiritual

André Luiz nos explica que o espírito no decorrer de suas experiências físicas e espirituais adquire domínio sobre as células físicas e do perispírito. Este domínio leva ao automatismo fisiológico, que permite que as funções básicas de manutenção da vida sejam executadas sem obstáculo, automaticamente.
"Compreensível salientar que o princípio inteligente(1), no decurso dos evos(2), plasmou em seu próprio veículo de exteriorização as conquistas que lhe alicerçariam o crescimento para maiores afirmações nos horizontes evolutivos.
Dominando as células vivas, de natureza física e espiritual, como que empalmando-as a seu próprio serviço, de modo a senhorear possibilidades mais amplas de expansão e progresso, sofre no plano terrestre e no plano extraterrestre as profundas experiências que lhe facultarão, no bojo do tempo, o automatismo fisiológico, pelo qual, sem qualquer obstáculo, executa todos os atos primários de manutenção, preservação e renovação da própria vida."

1. Pergunta nº 23 do Livro dos Espíritos (Allan Kardec):
- Que é o espírito? - O princípio inteligente do Universo.
2. Evo: tempo indefinido em duração; eternidade.

domingo, 12 de julho de 2015

Evolução no Tempo

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 3 - Evolução e Corpo Espiritual

Neste trecho André Luiz salienta que no processo evolutivo da formação da vida no planeta passaram-se cerca de um bilhão e meio de anos para se chegar ao estágio hominal e sendo que a civilização surgiu somente há cerca de duzentos mil anos, é um indício de que estamos ainda no início de nosso processo evolutivo moral.
"É assim que dos organismos monocelulares aos organismos complexos, em que a inteligência disciplina as células, colocando-as a seu serviço, o ser viaja no rumo da elevada destinação que lhe foi traçada do Plano Superior, tecendo com os fios da experiência a túnica da própria exteriorização, segundo o molde mental que traz consigo, dentro das leis de ação, reação e renovação em que mecaniza as próprias aquisições, desde o estímulo nervoso à defensiva imunológica, construindo o centro coronário, no próprio cérebro, através da reflexão automática de sensações e impressões em milhões e milhões de anos, pelo qual, com o Auxílio das Potências Sublimes que lhe orientam a marcha, configura os demais centros energéticos do mundo íntimo, fixando-os na tessitura da própria alma.
Contudo, para alcançar a idade da razão, com o título de homem, dotado de raciocínio e discernimento, o ser, automatizado em seus impulsos, na romagem para o reino angélico, despendeu para chegar aos primórdios da época quaternária(1), em que a civilização elementar do sílex(2) denuncia algum primor de técnica, nada menos de um bilhão e meio de anos. Isso é perfeitamente verificável na desintegração natural de certos elementos radioativos na massa geológica do Globo. E entendendo-se que a Civilização aludida floresceu há mais ou menos duzentos mil anos, preparando o homem, com a bênção do Cristo, para a responsabilidade, somos induzidos a reconhecer o caráter recente dos conhecimentos psicológicos, destinados a automatizar na constituição fisiopsicossomática do espírito humano as aquisições morais que lhe habilitarão a consciência terrestre a mais amplo degrau de ascensão à Consciência Cósmica(3)."

1. Quaternário: relativo ao período em que o clima, a fauna e a flora eram semelhantes aos de hoje, e que se caracteriza pelo aparecimento do homem.
2. Sílex: pedra dura que produz faíscas quando ferida com um fragmento de aço.
(Fonte: Mesquita, J.M. 1984. Elucidário do Livro Evolução em Dois Mundos).
3. As presentes estimativas e apontamentos do Plano Espiritual, apesar das compreensíveis divergências humanas, coincidem exatamente com observações e ilações de vários estudiosos encarnados (Nota do Autor espiritual).

sábado, 11 de julho de 2015

Elos Desconhecidos da Evolução

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 3 - Evolução e Corpo Espiritual

André Luiz nos explica que o processo evolutivo do princípio inteligente não fica circunscrito aos períodos em que se encontra encarnado, mas que a evolução continua no plano extrafísico (quando desencarnado), modelando seu perispírito, visando ao progresso. Desta forma, os elos perdidos da evolução humana representam a evolução ocorrendo no campo espiritual, entre encarnações.
"Compreendendo-se, porém, que o princípio divino aportou na Terra, emanando da Esfera Espiritual, trazendo em seu mecanismo o arquétipo a que se destina, qual a bolota de carvalho encerrando em si a árvore veneranda que será de futuro, não podemos circunscrever-lhe a experiência ao plano físico simplesmente considerado, porquanto, através do nascimento e morte da forma, sofre constantes modificações nos dois planos em que se manifesta, razão pela qual variados elos da evolução fogem à pesquisa dos naturalistas, por representarem estágios da consciência fragmentária fora do campo carnal propriamente dito, nas regiões extrafísicas, em que essa mesma consciência incompleta prossegue elaborando o seu veículo sutil, então classificado como protoforma humana, correspondente ao grau evolutivo em que se encontra."

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Faixas Inaugurais da Razão

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 3 - Evolução e Corpo Espiritual

Dando continuidade ao assunto tratado nos quatro posts anteriores, André Luiz explica o processo evolutivo da formação da vida na Terra. Como vemos, a mônada ao estagiar nas diferentes classes animais adquire e elabora os valores necessários ao seu progresso.
"Estagiando nos marsupiais(1) e cetáceos (baleias, golfinhos e botos)* do eoceno médio, nos rinocerotídeos (rinocerontes), cervídeos (cervos e veados), antilopídeos (antílopes), equídeos (cavalos), canídeos (lobos e cães), proboscídeos (elefante e o extinto mamute) e antropoides(2) inferiores do mioceno e exteriorizando-se nos mamíferos mais nobres do plioceno, incorpora aquisições de importância entre os megatérios(3) e mamutes, precursores da fauna atual da Terra, e, alcançando os pitecantropoides(4) da era quaternária, que antecederam as embrionárias civilizações paleolíticas, a mônada vertida do Plano Espiritual sobre o Plano Físico (5) atravessou os mais rudes crivos da adaptação e seleção, assimilando os valores múltiplos da organização, da reprodução, da memória, do instinto, da sensibilidade, da percepção e da preservação própria, penetrando, assim, pelas vias da inteligência mais completa e laboriosamente adquirida, nas faixas inaugurais da razão."

* As informações entre parênteses foram adicionadas ao texto original.
1. Marsupial: designação do grupo de animais sem placenta, cujas fêmeas possuem marsúpio, que é uma bolsa formada pela pele do abdome. Ex.: gambás e cangurus.
2. Antropoide: grupo de símios (macacos), que compreende os chimpanzés, gorilas, orangotangos e algumas espécies fósseis que lembram o ser humano.
3. Megatério: grande mamífero desdentado, fóssil, encontrado nos terrenos terciários e quaternários da América do Sul.
4. Pitecantropoide: semelhante ao pitecantropo, que é um antropoide fóssil indicativo de um gênero intermediário entre o macaco e o homem.
(Fonte: Mesquita, J.M. 1984. Elucidário do Livro Evolução em Dois Mundos).
5. As expressões “Plano Físico” e “Plano Extrafísico”, largamente usadas nestas páginas, foram utilizadas por nós, à falta de termos mais precisos que designem as esferas de evolução para os Espíritos encarnados e desencarnados, pertencentes ao “habitat” planetário (Nota do Autor espiritual).

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Dos Artrópodos Aos Dromatérios e Anfitérios

Livro: Evolução em Dois Mundos
Primeira Parte - Capítulo 3 - Evolução e Corpo Espiritual

Neste trecho, André Luiz discorre sobre a evolução dos seres vivos sobre a Terra, destacando a importância deste processo para o aprimoramento da mônada, que passa pelas variadas espécies, onde adquire variadas formas de expressão. Neste processo evolutivo vai adquirindo características necessárias para alcançar o reino hominal.

Observar que muitas das espécies citadas existiram durante os primórdios da formação da vida no planeta, não existindo mais, mas permitiram a fixação das espécies existentes atualmente. E que nos tempos atuais este processo evolutivo das mônadas continua operando incessantemente, permitindo que novas mônadas ingressem nas fileiras do aprendizado e progresso.
"Mais tarde, assinalamos o ingresso da mônada, a que nos referimos, nos domínios dos artrópodos(1), de exosqueleto quitinoso, cujo sangue diferenciado acusa um átomo de cobre em sua estrutura molecular, para, em seguida, surpreendê-la, guindada à condição de crisálida da consciência, no reino dos animais superiores, em cujo sangue — condensação das forças que alimentam o veículo da inteligência no império da alma — detém a hemoglobina por pigmento básico, demonstrando o parentesco inalienável das individuações do espírito, nas mutações da forma que atende ao progresso incessante da Criação Divina.
Das cristalizações atômicas e dos minerais, dos vírus e do protoplasma, das bactérias e das amebas, das algas e dos vegetais do período pré-câmbrico(2) aos fetos(3) e às licopodiáceas(4), aos trilobites(5) e cistídeos(6) aos cefalópodes(7), foraminíferos(8) e radiolários(9) dos terrenos silurianos, o princípio espiritual atingiu espongiários(10) e celenterados(11) da era paleozoica, esboçando a estrutura esquelética.
Avançando pelos equinodermos(12) e crustáceos(13), entre os quais ensaiou, durante milênios, o sistema vascular e o sistema nervoso, caminhou na direção dos ganoides(14) e teleósteos(15), arquegossauros(16) e labirintodontes(17) para culminar nos grandes lacertinos(18) e nas aves estranhas, descendentes dos pterossáurios(19), no jurássico superior, chegando à época supracretácea para entrar na classe dos primeiros mamíferos, procedentes dos répteis teromorfos(20).
Viajando sempre, adquire entre os dromatérios(21) e anfitérios(22) os rudimentos das reações psicológicas superiores, incorporando as conquistas do instinto e da inteligência."

1. Artrópode: grupo de animais com extremidades articuladas e um esqueleto externo formado por uma substância córnea (semelhante a do chifre); o corpo é segmentado, geralmente subdividido em cabeça, tórax e abdome. Ex.: caranguejo, aranha, lacraia e barata.
2. Pré-câmbrico: pré-cambriano, relativo ao período em que surgem os primeiros sinais de vida rudimentar na Terra.
3. Feto: classe de pteridófitos que abrange fetos, samambaias e avencas.
4. Licopodiácea: designação das plantas providas de folhas diminutas, parecendo escamosas, e sem flores, sendo representadas pelas ervas rasteiras (licopódios).
5. Trilobite: grupo extinto de artrópodes que viveram na era paleozoica, os quais tinham o corpo longitudinalmente trilobado, ou seja, com três lóbulos.
6. Cistídeo: grupo primitivo e extinto de animais equinodermos, fósseis restritos ao período siluriano. Os equinodermos são invertebrados marinhos de simetria radiada, como as estrelas-do-mar.
7. Cefalópode: animal marinho que apresenta corpo com uma concha externa, interna ou ausente; tem cabeça grande, com olhos desenvolvidos, rodeada de tentáculos. Ex.: polvos e lulas.
8. Foraminífero: animal unicelular rizópode (prolongamentos semelhantes a raízes) com corpo dentro de uma carapaça contendo uma ou mais câmaras, com uma ou várias aberturas. A maior parte do grupo é constituída por animais marinhos, importantes indicadores de petróleo.
9. Radiolário: animal protozoário, geralmente esférico, com órgãos de locomoção de forma irradiada, o protoplasma dividido em duas porções, interna e externa, esqueleto com espinhos radiados, e é marinho.
10. Espongiário: animal conhecido como esponja, marinho ou de água doce, cujo corpo é provido de numerosos poros, câmaras e canais pelos quais entra e sai a água.
11. Celenterado: animal marinho, cujo corpo é simples saco que forma o aparelho digestivo e se comunica com o exterior por um orifício que serve de boca e de ânus, a cujo grupo pertencem os pólipos, medusas e corais.
12. Equinodermo: animal do grupo que compreende os invertebrados exclusivamente marinhos de simetria radial. São as estrelas-do-mar e os ouriços-do-mar.
13. Crustáceo: animal de esqueleto externo e respiração por brânquias, de cujo grupo a maior parte é aquática. Ex.: o caranguejo, o camarão e a lagosta.
14. Ganoide: grupo de peixes providos de escamas romboides, formadas por uma camada de osso, com ganoína, que é uma substância semelhante ao esmalte dos dentes. A forma romboide é a do quadrilátero com lados opostos paralelos (paralelogramo) e lados contíguos diferentes, formando ângulos retos.
15. Teleósteo: grupo de peixes com barbatanas (nadadeiras) constituídas de raios, ao qual pertencem os peixes de esqueleto ósseo.
16. Arquegossauro: designação de um sáurio (lagarto) primitivo, réptil extinto, bípede, que precedeu as aves primitivas.
17. Labirintodonte: nome genérico de anfíbios fósseis, cuja dentina (marfim dos dentes) apresenta forma rugosa e complicada de sua superfície.
18. Lacertino: animal com características de lagarto.
19. Pterossáurio: réptil fóssil voador e marinho, que viveu do período triássico ao período cretáceo.
20. Teromorfo: grupo de réptil do período permiano, com vértebras bicôncavas, membros locomotores com cinco dedos, arcos peitorais e pélvicos bem desenvolvidos, nos quais os elementos estão fundidos ou articulados unidos, o crânio com osso quadrado, e os ossos da região temporal formando um arcada larga única.
21. Dromatério: réptil que melhor floresceu no triássico, período que se caracteriza pela presença de grandes sáurios (lagartos) aquáticos e terrestres; esse réptil desapareceu com o advento dos dinossauros carnívoros, e pode ser o último ancestral da maioria dos grupos mamíferos.
22. Anfitério: designação de mamíferos sem placenta, primitivos, cuja importância no terreno da evolução é grande por serem considerados a possível fonte dos marsupiais, cujas fêmeas possuem bolsa formada pela pele do abdome, e dos placentários (mamíferos com placentas).
(Fonte: Mesquita, J.M. 1984. Elucidário do Livro Evolução em Dois Mundos).