sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Parasitismo e Reencarnação

Livro: Evolução em Dois Mundos
Autor Espiritual: André Luiz

Primeira Parte - Capítulo 15 - Vampirismo Espiritual

Há processos obsessivos que não se encerram com a desencarnação do obsidiado, prolongando a situação no plano espiritual. Devido à sintonia  mental existente entre obsessor e obsidiado, quadros dolorosos continuam a acontecer. Se um deles reencarna, poderá continuar a sofrer o assédio dos inimigos desde o momento da concepção, acompanhando-o pela nova existência. A mãe que concebe este filho, em função de seus próprios débitos, sofrerá a carga das energias deletérias direcionadas ao filho.

Este espírito ao crescer poderá ressarcir os débitos recebendo os inimigos como filhos, devotando-se a eles. Contudo, pode ocorrer também de haver muitos inimigos, e estes poderão obsidiar os familiares próximos ao espíritos devedor, atingindo-o indiretamente.


"Nas ocorrências dessa ordem, quando a decomposição da vestimenta carnal não basta para consumar o resgate preciso, vítima e verdugo se equiparam na mesma gama de sentimentos e pensamentos, caindo, além-túmulo, em dolorosos painéis infernais, até que a Misericórdia Divina, por seus agentes vigilantes, após estudo minucioso dos crimes cometidos, pesando atenuantes e agravantes, promove a reencarnação daquele Espírito que, em primeiro lugar, mereça tal recurso.

E, executado o projeto de retorno do beneficiário, a regressar do plano espiritual para o plano terrestre, sofre a mulher, indicada por seus débitos à gravidez respectiva, o assédio de forças obscuras que, em muitas ocasiões, se lhe implantam no vaso genésico por simbiontes que influenciam o feto em gestação, estabelecendo-se, desde essa hora inicial da nova existência, ligações fluídicas através dos tecidos do corpo em formação, pelas quais a entidade reencarnante, a partir da infância, continua enlaçada ao companheiro ou aos companheiros menos felizes, que integram com ela toda uma equipe de almas culpadas em reajuste.

Desenvolve-se-lhe, então, a meninice, cresce, reinstrui-se e retorna à juvenilidade das energias físicas, padecendo, porém, a influência constante dos assediantes, até que, frequentemente por intermédio de uniões conjugais, em que a provação emoldura o amor, ou em circunstâncias difíceis do destino, lhes ofereça novo corpo na Terra, para que, como filhos de seu sangue e de seu coração, lhes devolva em moeda de renúncia os bens que lhes deve, desde o passado próximo ou remoto.

Em tais fatos, vamos anotar situações quase idênticas às que são provocadas pelos parasitas heteroxênicos, porquanto, se os adversários do Espírito reencarnado são em maior número, atuam, muitos deles, à feição dos tripanossomas, tomando os filhos de suas vítimas e afins deles próprios, por hospedeiros intermediários das formas-pensamentos deploráveis que arremessam de si, alcançando em seguida, a mente dos pais ou hospedeiros definitivos, a inocular-lhes perigosos fluidos sutis, com que lhes infernizam as almas, muitas vezes até à ocasião da própria morte."

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Parasitas Ovoides

Livro: Evolução em Dois Mundos
Autor Espiritual: André Luiz

Primeira Parte - Capítulo 15 - Vampirismo Espiritual

Há espíritos desencarnados que atuando obsessivamente sobre encarnados, se desliga das noções de tempo e espaço, se fixando em uma única ideia (monoideísmo), se auto-hipnotizando. Isso gera a retração do corpo espiritual, assumindo a forma ovoide. Nestas condições, o desencarnado se vincula profundamente ao encarnado, que por estar fortemente comprometido, aceita esta vinculação, que pode se estender até após a desencarnação deste.


"Inúmeros infelizes, obstinados na ideia de fazerem justiça pelas próprias mãos ou confiados a vicioso apego, quando desafivelados do carro físico, envolvem sutilmente aqueles que se lhes fazem objeto da calculada atenção e, auto-hipnotizados por imagens de afetividade ou desforço, infinitamente repetidas por eles próprios, acabam em deplorável fixação monoideística, fora das noções de espaço e tempo, acusando, passo a passo, enormes transformações na morfologia do veículo espiritual, porquanto, de órgãos psicossomáticos retraídos, por falta de função, assemelham-se a ovoides, vinculados às próprias vítimas que, de modo geral, lhes aceitam, mecanicamente, a influenciação, à face dos pensamentos de remorso ou arrependimento tardio, ódio voraz ou egoísmo exigente que alimentam no próprio cérebro, através de ondas mentais incessantes.

Nessas condições, o obsessor ou parasita espiritual pode ser comparado, de certo modo, à Sacculina carcini, que, provida de órgãos perfeitamente diferenciados na fase de vida livre, enraíza-se, depois, nos tecidos do crustáceo hospedador, perdendo as características morfológicas primitivas, para converter-se em massa celular parasitária.

No tocante à criatura humana, o obsessor passa a viver no clima pessoal da vítima, em perfeita simbiose mórbida, absorvendo-lhe as forças psíquicas, situação essa que, em muitos casos, se prolonga para além da morte física do hospedeiro, conforme a natureza e a extensão dos compromissos morais entre credor e devedor."

Infecções Fluídicas

Livro: Evolução em Dois Mundos
Autor Espiritual: André Luiz

Primeira Parte - Capítulo 15 - Vampirismo Espiritual

Aqui vemos que os obsessores desencarnados podem agir de diferentes modos sobre os encarnados. Influenciam a imaginação com imagens monstruosas; ligam-se de maneira permanente, não conseguindo afastar-se; absorvem as emanações vitais, gerando desgaste energético; secretam produtos fluídicos sobre o cérebro, alterando os pensamentos do encarnado; ou agem diretamente sobre os neurônios e neurotransmissores do encarnado, modificando a ação dos sistemas simpático e parassimpático, gerando prejuízos aos tecidos e órgãos.


"Muitos acometem os adversários que ainda se entrosam no corpo terrestre, empolgando-lhes a imaginação com formas mentais monstruosas, operando perturbações que podemos classificar como “infecções fluídicas” e que determinam o colapso cerebral com arrasadora loucura.

E ainda muitos outros, imobilizados nas paixões egoísticas desse ou daquele teor, descansam em pesado monoideísmo, ao pé dos encarnados, de cuja presença não se sentem capazes de afastar-se.

Alguns, como os ectoparasitas temporários, procedem à semelhança dos mosquitos e dos ácaros, absorvendo as emanações vitais dos encarnados que com eles se harmonizam, aqui e ali; mas outros muitos, quais endoparasitas conscientes, após se inteirarem dos pontos vulneráveis de suas vítimas, segregam sobre elas determinados produtos, filiados ao quimismo do Espírito, e que podemos nomear como simpatinas e aglutininas mentais, produtos esses que, sub-repticiamente, lhes modificam a essência dos próprios pensamentos a verterem, contínuos, dos fulcros energéticos do tálamo, no diencéfalo.

Estabelecida essa operação de ajuste, que os desencarnados e encarnados, comprometidos em aviltamento mútuo, realizam em franco automatismo, à maneira dos animais em absoluto primitivismo nas linhas da Natureza, os verdugos comumente senhoreiam os neurônios do hipotálamo, acentuando a própria dominação sobre o feixe amielínico que o liga ao córtex frontal, controlando as estações sensíveis do centro coronário que aí se fixam para o governo das excitações, e produzem nas suas vítimas, quando contrariados em seus desígnios, inibições de funções viscerais diversas, mediante influência mecânica sobre o simpático e o parassimpático. Tais manobras, em processos intrincados de vampirismo, prestigiam o regime de medo ou de guerra nervosa nas criaturas de que se vingam, alterando-lhes a tela psíquica ou impondo prejuízos constantes aos tecidos somáticos."

OBSESSÃO E VAMPIRISMO

Livro: Evolução em Dois Mundos
Autor Espiritual: André Luiz

Primeira Parte - Capítulo 15 - Vampirismo Espiritual

André Luiz faz analogia entre a obsessão e o parasitismo, explicando-nos a atuação de desencarnados que, movidos por ódio e vingança, exercem forte influência sobre encarnados que os prejudicaram quando em vida, acreditando que fazem justiça com as próprias mãos. 

"Em processos diferentes, mas atendendo aos mesmos princípios de simbiose prejudicial, encontramos os circuitos de obsessão e de vampirismo entre encarnados e desencarnados, desde as eras recuadas em que o espírito humano, iluminado pela razão, foi chamado pelos princípios da Lei Divina a renunciar ao egoísmo e à crueldade, à ignorância e ao crime.

Rebelando-se, no entanto, em grande maioria, contra as sagradas convocações, e livres para escolher o próprio caminho, as criaturas humanas desencarnadas, em alto número, começaram a oprimir os companheiros da retaguarda, disputando afeições e riquezas que ficavam na carne, ou tentando empreitadas de vingança e delinquência, quando sofriam o processo liberatório da desencarnação em circunstâncias delituosas.

As vítimas de homicídio, violência, brutalidade manifesta ou perseguição disfarçada, fora do vaso físico, entram na faixa mental dos ofensores, conhecendo-lhes a enormidade das faltas ocultas, e, ao invés do perdão, com que se exonerariam da cadeia de trevas, empenham-se em vinditas atrozes, retribuindo golpe a golpe e mal por mal.

Outros desencarnados, exigindo que Deus lhes providencie solução aos caprichos pueris e proclamando-se inabilitados para o resgate do preço devido à evolução que lhes é necessária, tornam-se madraços e gozadores, e, alegando a suposta impossibilidade de a Sabedoria Divina dirimir os padecimentos dos homens, pelos próprios homens criados, fogem, acovardados e preguiçosos, aos deveres e serviços que lhes competem."


quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Ancianidade da Simbiose Espiritual

Livro: Evolução em Dois Mundos
Autor Espiritual: André Luiz

Primeira Parte - Capítulo 14 - Simbiose Espiritual

A simbiose espiritual (ou mediunidade) acompanha o homem desde os primórdios da evolução. Os desencarnados em desequilíbrio se mantem junto aos encarnados, absorvendo-lhes a vitalidade, processo que se modificará quando os encarnados se empenharem no trabalho no bem, no estudo e na auto transformação, auxiliando os irmãos espirituais em sua trajetória evolutiva.

"Justo, assim, registrar que a simbiose espiritual permanece entre os homens, desde as eras mais remotas, em multifários processos de mediunismo consciente ou inconsciente, através dos quais os chamados “mortos”, traumatizados ou ignorantes, fracos ou indecisos, se aglutinam, em grande parte, ao “habitat” dos chamados “vivos”, partilhando-lhes a existência, a absorver-lhes parcialmente a vitalidade, até que os próprios Espíritos encarnados, com a força do seu próprio trabalho, no estudo edificante e nas virtudes vividas, lhes ofereçam material para mais amplas meditações, pelas quais se habilitem à necessária transformação com que se adaptem a novos caminhos e aceitem encargos novos, à frente da evolução deles mesmos, no rumo de esferas mais elevadas."

Outros Processos Simbióticos

Livro: Evolução em Dois Mundos
Autor Espiritual: André Luiz

Primeira Parte - Capítulo 14 - Simbiose Espiritual

As simbioses mentais podem ser benéficas, quando o desencarnado apresenta mais inteligência e conhecimento do que os que permaneceram no plano físico, mas encontra-se ainda muito ligado a estes, podendo ajudá-los.

De outras vezes, podem ser prejudiciais, quando são relações de ódio que originam estas simbioses, com o desencarnado  agindo sobre o perispírito do encarnado (ação que se refletirá no corpo físico), alterando-lhe a saúde e os padrões de comportamento.


"De outras vezes, o desencarnado que teme as experiências do Mundo Espiritual ou que insiste em prender-se por egoísmo aos que jazem na retaguarda, se possui inteligência mais vasta que a do hospedeiro, inspira-lhe atividade progressiva que resulta em benefício do meio a que se vincula, tal como sucede com a bactéria nitrificadora na raiz da leguminosa.

Noutras circunstâncias, porém, efetua-se a simbiose em condições infelizes, nas quais o desencarnado permanece eivado de ódio ou perversidade enfermiça ao pé das próprias vítimas, inoculando-lhes fluidos letais, seja copiando a ação do cogumelo que se faz verdugo da orquídea, impulsionando-a a situações anormais, quando não lhe impõe lentamente a morte, seja reproduzindo a atitude das algas invasoras no corpo dos anelídeos, conduzindo-os a longas perturbações, fenômenos esses, no entanto, que capitularemos, com apontamentos breves, em torno do vampirismo, como responsável por vários distúrbios do corpo espiritual a se estamparem no corpo físico."

Histeria* e Psiconeurose**

Livro: Evolução em Dois Mundos
Autor Espiritual: André Luiz

Primeira Parte - Capítulo 14 - Simbiose Espiritual

As simbioses mentais podem acarretar em distúrbios orgânicos e psicológicos produzidos pelas mentes desencarnadas, que se aproveitam destes estados emocionais em desequilíbrio para ampliar sua influência sobre o encarnado. É citado como exemplo, a histerepilepsia (histeria com características epiléticas, em que ocorrem espasmos e convulsões). André Luiz explica que inúmeros psiconeuróticos, de difícil diagnóstico, apresentam semelhante simbiose.

Quando desencarna, o espírito aprende a elaborar novos recursos magnéticos, para sua própria manutenção no plano espiritual, facultando-lhe condições de se imantar aos encarnados, impondo-lhes seus pensamentos e dominando suas ações. Para que ocorra esta simbiose é necessário que os envolvidos encontrem-se em sintonia de sentimentos e pensamentos, refletindo-se mutuamente, até que as situações dolorosas da vida lhes levem à mudanças comportamentais.


"Entretanto, as simbioses dessa espécie, em que tantas existências respiram em reciprocidade de furto psíquico, não se limitam aos fenômenos desse teor, nos quais Espíritos desencarnados, estanques em determinadas concepções religiosas, anestesiam ou infantilizam temporariamente consciências menos aptas ao autocontrole, porquanto se expressam igualmente nas moléstias nervosas complexas, como a histerepilepsia¹, em que o paciente sofre o espasmo tônico² em opistótono³, acompanhado de convulsões clônicas⁴ de feição múltipla, às vezes sem qualquer perda de consciência, equivalendo a transe mediúnico autêntico, no qual a personalidade invisível se aproveita dos estados emotivos mais intensos para acentuar a própria influenciação.

E, na mesma trilha de ajustamento simbiótico, somos defrontados na Terra, aqui e ali, pela presença de psiconeuróticos da mais extensa classificação, com diagnose extremamente difícil, entregues aos mais obscuros quadros mentais, sem se arrojarem à loucura completa.

Tais entidades imanizadas ao painel fisiológico e agregadas a ele sem o corpo de matéria mais densa, vivem assim, quase sempre por tempo longo, entrosadas psiquicamente aos seus hospedadores, porquanto o Espírito humano desencarnado, erguido a novo estado de consciência, começa a elaborar recursos magnéticos diferenciados, condizentes com os impositivos da própria sustentação, tanto quanto, no corpo terrestre, aprendeu a criar, por automatismo, as enzimas e os hormônios que lhe asseguravam o equilíbrio biológico, e, impressionando o paciente que explora, muita vez com a melhor intenção, subjuga-lhe o campo mental, impondo-lhe ao centro coronário a substância dos próprios pensamentos, que a vítima passa a acolher qual se fossem os seus próprios. Assim, em perfeita simbiose, refletem-se mutuamente, estacionários ambos no tempo, até que as leis da vida lhes reclamem, pela dificuldade ou pela dor, a alteração imprescindível."


*Histeria: psiconeurose que se manifesta através de um conjunto variado de distúrbios psíquicos, sensoriais e motores, considerados como expressão orgânica de conflitos inconscientes.

**Psiconeurose: transtorno funcional, que se manifesta mediante perturbações orgânicas (respiratórias, digestivas, excretoras, genitais) e desequilíbrios psíquicos.

1. Histerepilepsia: histeria com características epiléticas, em que ocorrem espasmos e convulsões.

2. Espasmo Tônico: espasmo caracterizado por uma tensão contínua.

3. Opistótono: contração espasmódica em que a cabeça e os calcanhares se voltam para trás, enquanto o tronco se dobra para a frente, assumindo o corpo uma postura em forma de arco.

4. Clônico: referente a espasmos ou contrações espasmódicas.

(Fonte: Elucidário do Livro Evolução em Dois Mundos - José Marques Mesquita).












quinta-feira, 2 de julho de 2020

Simbiose das Mentes

Livro: Evolução em Dois Mundos
Autor Espiritual: André Luiz

Primeira Parte - Capítulo 14 - Simbiose Espiritual

As associações de mentes entre encarnados e desencarnados assemelham-se aos processos de simbiose vistos na natureza. Desencarnados ainda amedrontados e confusos no plano espiritual aproximam-se dos familiares encarnados que abrigam-lhe as ideias, permitindo assim um consórcio mental, em que o desencarnado domina os pensamentos do encarnado e subtrai-lhe a vitalidade. O encarnado se acomoda a este processo e, de certa forma, encontra-se protegido do assédio de desencarnados ainda mais desequilibrados.

"Semelhantes processos de associação aparecem largamente empregados pela mente desencarnada, ainda tateante, na existência além-túmulo.
Amedrontada perante o desconhecido, que não consegue arrostar de pronto, vale-se da receptividade dos que lhe choram a perda e demora-se colada aos que mais ama.
E qual cogumelo que projeta para dentro dos tecidos da alga dominadores apêndices, com os quais lhe suga grande parte dos elementos orgânicos por ela própria assimilados, o Espírito desenfaixado da veste física lança habitualmente, para a intimidade dos tecidos fisiopsicossomáticos daqueles que o asilam, as emanações do seu corpo espiritual, como radículas alongadas ou sutis alavancas de força, subtraindo-lhes a vitalidade, elaborada por eles nos processos da biossíntese, sustentando-se, por vezes, largo tempo, nessa permuta viva de forças.
Qual se verifica entre a alga e o cogumelo, a mente encarnada entrega-se, inconscientemente, ao desencarnado que lhe controla a existência, sofrendo-lhe temporariamente o domínio até certo ponto, mas, em troca, à face da sensibilidade excessiva de que se reveste, passa a viver, enquanto perdure semelhante influência, necessariamente protegida contra o assalto de forças ocultas ainda mais deprimentes. Por esse motivo, ainda agora, em plena atualidade, encontramos os problemas da mediunidade evidente, ou da irreconhecida, destacando, a cada passo, inteligências nobres intimamente aprisionadas a cultos estranhos, em matéria de fé, as quais padecem a intromissão de idéias de terror, ante a perspectiva de se afastarem das entidades familiares que lhes dominam a mente através de palavras ou símbolos mágicos, com vistas a falaciosas vantagens materiais. Essas inteligências fogem deliberadamente ao estudo que as libertaria do cativeiro interior, quando não se mostram apáticas, em perigosos processos de fanatismo, inofensivas e humildes, mas arredadas do progresso que lhes garantiria a renovação."

Simbiose Exploradora

Livro: Evolução em Dois Mundos
Autor Espiritual: André Luiz

Primeira Parte - Capítulo 14 - Simbiose Espiritual

As simbioses exploradoras (ou parasitismo) são relações desarmônicas entre espécies diferentes, em que somente uma das partes se beneficia na busca de alimento, enquanto a outra é prejudicada. Existem inúmeros exemplos envolvendo tanto animais como vegetais.

"Contudo, além desses fenômenos em que a simbiose é simples e útil, temos as ocorrências desagradáveis, como sejam as micorrizas das orquidáceas, em que o cogumelo comparece como invasor da raiz da planta, caso esse em que a planta assume atitude anormal para adaptar-se, de algum modo, às disposições do assaltante, encontrando, por vezes, a morte, quando persiste esse ou aquele excesso no conflito para a combinação necessária.
Nesse acontecimento, como assinalou Caullery, com justeza de conceituação, tal simbiose deve ser capitulada na patologia comum, por enquadrar-se perfeitamente ao parasitismo.
Identificaremos, ainda, a simbiose entre algas e animais, em que as algas se alojam no plasma das células que atacam, como acontece a protozoários e esponjas, turbelários e moluscos, nos quais se implantam seguras."

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Simbiose Útil

Livro: Evolução em Dois Mundos
Autor Espiritual: André Luiz

Primeira Parte - Capítulo 14 - Simbiose Espiritual


Para descrever sobre a ocorrência de relações simbióticas úteis, em que a associação entre duas espécies resulta em vantagens mútuasAndré Luiz utiliza-se de exemplos existentes em vegetais. É descrita a relação entre um fungo e uma alga que associados originam o líquen, em que ambos são beneficiados e que quando cultivados de forma isolada apresentam-se frágeis e vulneráveis. Exemplifica também por meio da relação entre plantas leguminosas e bactérias.

"Revisemos, assim, a simbiose entre os vegetais, como, por exemplo, a que existe entre o cogumelo e a alga, na esfera dos líquens, em que as hifas ou filamentos dos cogumelos se intrometem nas gonídias ou células das algas e projetam-lhes no interior certos apêndices, equivalendo a complicados haustórios, efetuando a sucção das matérias orgânicas que a alga elabora por intermédio da fotossíntese. 
O cogumelo empalma-lhe a existência, todavia, em compensação, a alga se revela protegida por ele contra a perda de água, e dele recolhe, por absorção permanente, água e sais minerais, gás carbônico e elementos azotados, motivo pelo qual os líquens conseguem superar as maiores dificuldades do meio.
Entretanto, o processo de semelhante associação pode estender-se em ocorrências completamente novas. É que se dois líquens, estruturados por diferentes cogumelos, se encontram, podem viver, um ao lado do outro, com talo comum, pelo fenômeno da parabiose ou união natural de indivíduos vivos. 
Dessa maneira, a mesma alga pode produzir líquens diversos com cogumelos variados, podendo também suceder que um líquen se transfigure de aspecto, quando uma espécie micológica se sucede à outra. 
Julgava-se antigamente, na botânica terrestre, que os líquens participassem do grupo das criptogâmicas (1), mas Schwendener incumbiu-se de salientar-lhes a existência complexa, e Bonnier e Bornet, mais tarde, chamaram a si a obrigação de positivar-lhes a simbiose, experimentando a cultura independente de ambos os elementos integrantes, cultura essa que, iniciada no século findo, somente nos tempos últimos logrou pleno êxito, evidenciando, porém, que a vida desses mesmos componentes, sem o ajuste da simbiose, é indiscutivelmente frágil e precária. 
Outro exemplo de agregação da mesma natureza vamos encontrar em certas plantas leguminosas, que guardam os seus tubérculos nas raízes, cujas nodosidades albergam determinadas bactérias do solo que realizam a assimilação do azoto (2) atmosférico, processo esse pelo qual essas plantas se fazem preciosas à gleba, devolvendo-lhe o azoto despendido em serviço."
1. Criptogâmicas: referente ao vegetal que não se reproduz por meio de flores, e que tem os órgãos reprodutivos imperceptíveis a olho nu. Compreende as algas, os fungos, as ervas rasteiras e as samambaias.
2. Azoto: nitrogênio. 

Início da “Mentossíntese”

Livro: Evolução em Dois Mundos
Autor Espiritual: André Luiz

Primeira Parte - Capítulo 14 - Simbiose Espiritual


O homem inicia-se na geração do pensamento contínuo, estabelecendo assim, a permuta de pensamentos, em que emite e assimila ideias e radiações dos que convivem com ele, sejam encarnados ou desencarnados. A partir daí, os instintos que governavam a anterior condição animal transforma-se em desejos conscientes.

Ao morrer, vê-se privado das construções realizadas, assim como, do afeto dos que lhe partilhavam a vida, revoltando-se com a nova condição no plano espiritual. Atendendo aos próprios desejos, estabelece-se junto ao grupo familiar que permaneceu encarnado, compartilhando com eles a vivência comum.
"Erguido, porém, à geração do pensamento ininterrupto, altera-se-lhe, na individualidade, o modo particular de ser.
O princípio inteligente inicia-se, desde então, nas operações que classificaremos de “mentossíntese”, porque baseadas na troca de fluidos mentais multiformes, por intermédio dos quais emite as próprias ideias e radiações, assimilando as radiações e ideias alheias.
O impulso que lhe surgia na mente embrionária, por interesse acidental de posse, ante a necessidade de alimento esporádico, é agora desejo consciente. E, sobretudo, o anseio genésico instintivo que se lhe sobrepunha à vida normal em períodos certos converteu-se em atração afetiva constante.
Aparece, assim, a sede de satisfação invariável como estímulo à experiência e prefigura-se-lhe na alma a excelsitude do amor encravado no egoísmo, como o diamante em formação no carbono obscuro.
A morte física interrompe-lhe as construções no terreno da propriedade e do afeto e a criatura humana, a iniciar-se no pensamento contínuo, sente-se quebrada e aflita cada vez que se desvencilha do corpo carnal adulto.
A liberação da veste densa impõe-lhe novas condições vibratórias, como que obrigando-o à ocultação temporária entre os seus para que se lhe revitalizem as experiências, qual ocorre à planta necessitada de poda para exaltar-se em renovação do próprio valor.
Épocas numerosas são empregadas para que o homem senhoreie o corpo espiritual, nos círculos da consciência mais ampla, porque, como deve compreender por si o caminho em que se conduzirá para a glória divina, cabe-lhe também debitar a si mesmo os bens e os males, as alegrias e as dores da caminhada.
Arrebatado aos que mais ama e ainda incapaz de entender a transformação da paisagem doméstica de que foi alijado, revolta-se comumente contra as novas lições da vida a que é convocado, em plano diferente, e permanece fluidicamente algemado aos que se lhe afinam com o sangue e com os desejos, comungando-lhes a experiência vulgar.
Nesse sentido, será, pois, razoável recordar que em seu recuado pretérito aprendeu, automaticamente, a respirar e a viver justaposto ao hausto e ao calor alheios."