quinta-feira, 25 de junho de 2020

Início da “Mentossíntese”

Livro: Evolução em Dois Mundos
Autor Espiritual: André Luiz

Primeira Parte - Capítulo 14 - Simbiose Espiritual


O homem inicia-se na geração do pensamento contínuo, estabelecendo assim, a permuta de pensamentos, em que emite e assimila ideias e radiações dos que convivem com ele, sejam encarnados ou desencarnados. A partir daí, os instintos que governavam a anterior condição animal transforma-se em desejos conscientes.

Ao morrer, vê-se privado das construções realizadas, assim como, do afeto dos que lhe partilhavam a vida, revoltando-se com a nova condição no plano espiritual. Atendendo aos próprios desejos, estabelece-se junto ao grupo familiar que permaneceu encarnado, compartilhando com eles a vivência comum.
"Erguido, porém, à geração do pensamento ininterrupto, altera-se-lhe, na individualidade, o modo particular de ser.
O princípio inteligente inicia-se, desde então, nas operações que classificaremos de “mentossíntese”, porque baseadas na troca de fluidos mentais multiformes, por intermédio dos quais emite as próprias ideias e radiações, assimilando as radiações e ideias alheias.
O impulso que lhe surgia na mente embrionária, por interesse acidental de posse, ante a necessidade de alimento esporádico, é agora desejo consciente. E, sobretudo, o anseio genésico instintivo que se lhe sobrepunha à vida normal em períodos certos converteu-se em atração afetiva constante.
Aparece, assim, a sede de satisfação invariável como estímulo à experiência e prefigura-se-lhe na alma a excelsitude do amor encravado no egoísmo, como o diamante em formação no carbono obscuro.
A morte física interrompe-lhe as construções no terreno da propriedade e do afeto e a criatura humana, a iniciar-se no pensamento contínuo, sente-se quebrada e aflita cada vez que se desvencilha do corpo carnal adulto.
A liberação da veste densa impõe-lhe novas condições vibratórias, como que obrigando-o à ocultação temporária entre os seus para que se lhe revitalizem as experiências, qual ocorre à planta necessitada de poda para exaltar-se em renovação do próprio valor.
Épocas numerosas são empregadas para que o homem senhoreie o corpo espiritual, nos círculos da consciência mais ampla, porque, como deve compreender por si o caminho em que se conduzirá para a glória divina, cabe-lhe também debitar a si mesmo os bens e os males, as alegrias e as dores da caminhada.
Arrebatado aos que mais ama e ainda incapaz de entender a transformação da paisagem doméstica de que foi alijado, revolta-se comumente contra as novas lições da vida a que é convocado, em plano diferente, e permanece fluidicamente algemado aos que se lhe afinam com o sangue e com os desejos, comungando-lhes a experiência vulgar.
Nesse sentido, será, pois, razoável recordar que em seu recuado pretérito aprendeu, automaticamente, a respirar e a viver justaposto ao hausto e ao calor alheios."

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