quinta-feira, 25 de junho de 2020

Simbiose Útil

Livro: Evolução em Dois Mundos
Autor Espiritual: André Luiz

Primeira Parte - Capítulo 14 - Simbiose Espiritual


Para descrever sobre a ocorrência de relações simbióticas úteis, em que a associação entre duas espécies resulta em vantagens mútuasAndré Luiz utiliza-se de exemplos existentes em vegetais. É descrita a relação entre um fungo e uma alga que associados originam o líquen, em que ambos são beneficiados e que quando cultivados de forma isolada apresentam-se frágeis e vulneráveis. Exemplifica também por meio da relação entre plantas leguminosas e bactérias.

"Revisemos, assim, a simbiose entre os vegetais, como, por exemplo, a que existe entre o cogumelo e a alga, na esfera dos líquens, em que as hifas ou filamentos dos cogumelos se intrometem nas gonídias ou células das algas e projetam-lhes no interior certos apêndices, equivalendo a complicados haustórios, efetuando a sucção das matérias orgânicas que a alga elabora por intermédio da fotossíntese. 
O cogumelo empalma-lhe a existência, todavia, em compensação, a alga se revela protegida por ele contra a perda de água, e dele recolhe, por absorção permanente, água e sais minerais, gás carbônico e elementos azotados, motivo pelo qual os líquens conseguem superar as maiores dificuldades do meio.
Entretanto, o processo de semelhante associação pode estender-se em ocorrências completamente novas. É que se dois líquens, estruturados por diferentes cogumelos, se encontram, podem viver, um ao lado do outro, com talo comum, pelo fenômeno da parabiose ou união natural de indivíduos vivos. 
Dessa maneira, a mesma alga pode produzir líquens diversos com cogumelos variados, podendo também suceder que um líquen se transfigure de aspecto, quando uma espécie micológica se sucede à outra. 
Julgava-se antigamente, na botânica terrestre, que os líquens participassem do grupo das criptogâmicas (1), mas Schwendener incumbiu-se de salientar-lhes a existência complexa, e Bonnier e Bornet, mais tarde, chamaram a si a obrigação de positivar-lhes a simbiose, experimentando a cultura independente de ambos os elementos integrantes, cultura essa que, iniciada no século findo, somente nos tempos últimos logrou pleno êxito, evidenciando, porém, que a vida desses mesmos componentes, sem o ajuste da simbiose, é indiscutivelmente frágil e precária. 
Outro exemplo de agregação da mesma natureza vamos encontrar em certas plantas leguminosas, que guardam os seus tubérculos nas raízes, cujas nodosidades albergam determinadas bactérias do solo que realizam a assimilação do azoto (2) atmosférico, processo esse pelo qual essas plantas se fazem preciosas à gleba, devolvendo-lhe o azoto despendido em serviço."
1. Criptogâmicas: referente ao vegetal que não se reproduz por meio de flores, e que tem os órgãos reprodutivos imperceptíveis a olho nu. Compreende as algas, os fungos, as ervas rasteiras e as samambaias.
2. Azoto: nitrogênio. 

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