sábado, 25 de abril de 2015

Recordação de Existências Anteriores

Entre a Terra e o Céu - Cap. VIII

Clarêncio esclarece porque não recordamos espontaneamente de nossas existências anteriores.
"– Porque não guardamos a viva recordação de nossas existências anteriores? Não seria bendita felicidade o reencontro consciente com aqueles que mais amamos?...
– Sim, sim... – confirmava Clarêncio, enquanto nossa deliciosa excursão prosseguia, célere –, mas, na condição espiritual em que ainda nos situamos, não sabemos orientar os nossos desejos para o melhor. Nosso amor ainda é insignificante migalha de luz, sepultada nas trevas do nosso egoísmo, qual ouro que se acolhe no chão, em porções infinitesimais, no corpo gigantesco da escória. Assim como as fibras do cérebro são as últimas a se consolidarem no veículo físico em que encarnamos na Terra, a memória perfeita é o derradeiro altar que instalamos, em definitivo, no templo de nossa alma, que, no Planeta, ainda se encontra em fases iniciais de desenvolvimento. É por isso que nossas recordações são fragmentárias... Todavia, de existência a existência, de ascensão em ascensão, nossa memória gradativamente converte-se em visão imperecível, a serviço de nosso espírito imortal..."

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