segunda-feira, 20 de abril de 2015

Hereditariedade

Entre a Terra e o Céu - Capítulo 12

Clarêncio esclarece sobre a hereditariedade
– O psicossoma ou o perispírito da definição espírita não é idêntico de maneira absoluta em todos nós, assim como, na realidade, não existem dois corpos físicos totalmente iguais. Cada criatura vive num carro celular diferente, apesar das peças semelhantes, impostas pela lei das formas. No círculo de matéria densa, sofre a alma encarnada os efeitos da herança recolhida dos pais, entretanto, na essência, a lei da herança funciona invariavelmente do indivíduo para ele mesmo. Detemos tão somente o que seja exclusivamente nosso ou aquilo que buscamos. Renascemos na Terra junto daqueles que se afinam com o nosso modo de ser. O dipsômano* não adquire o hábito desregrado dos pais, mas sim, quase sempre, ele mesmo já se confiava ao vício do álcool, antes de renascer. E há beberrões desencarnados que se aderem àqueles que se fazem instrumentos deles próprios.
 E, imprimindo grave entono à voz, ponderou:
 A hereditariedade é dirigida por princípios de natureza espiritual. Se os filhos encontram os pais de que precisam, os pais recebem da vida os filhos que procuram.
Lembrei-me repentinamente de alguns dos grandes gênios da humanidade, que produziram filhos monstruosos ou medíocres. Mas, vindo ao encontro do meu pensamento, o orientador observou:
 – No campo das grandes virtudes, os pais usam, por vezes, a compaixão reedificante, empenhando-se em tarefas de sacrifício. Temos no mundo mulheres e homens admiráveis que, consolidando qualidades superiores na própria alma, se dispõem a buscar afetos que permanecem à distância, no passado, em tentativas heroicas de auxílio e reajustamento.
E, sorrindo, acrescentou:
– Na família consanguínea ou na família humana, obtemos o que buscamos. Quem já acertou as próprias contas com a justiça, pode confiar-se aos sublimes rasgos do amor.

* Dipsômano: alcoólatra

Nenhum comentário:

Postar um comentário