quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Sono e Desprendimento

Livro: Evolução em Dois Mundos
Autor Espiritual: André Luiz

Primeira Parte - Capítulo 17 - Mediunidade e Corpo Espiritual

O sono, que antes se restringia ao descanso físico, passou a ser também um período de maior atividade mental para o espírito encarnado, após a aquisição do pensamento contínuo. Passa então a realizar o desprendimento parcial do corpo sutil, permanecendo ligado ao corpo físico por laços fluídico-magnéticos. O processo é semelhante à desencarnação, porém, neste se rompe a ligação com o corpo físico.

Com o desprendimento parcial, o corpo sutil ainda permanece próximo ao corpo físico, contudo, permitindo que a mente se volte para si mesma, refletindo sobre seus desejos e necessidades.

"Releva, contudo, assinalar que, em se iniciando a criatura na produção do pensamento contínuo, o sono adquiriu para ela uma importância que a consciência em processo evolutivo, até aí, não conhecera.

Usado instintivamente pelo elemento espiritual como recurso reparador no refazimento das células em serviço, semelhante estado fisiológico carreou novas possibilidades de realização para quantos se consagrassem ao trabalho mais amplo de desejar e mentalizar.

Ansiando livrar-se da fadiga física, após determinada cota de tempo no esforço da vigília diária e, por isso mesmo, entregue ao relaxamento muscular, o homem operante e indagador adormecia com a ideia fixada a serviços de sua predileção.

Amadurecido para pensar e lançando de si a substância de seus propósitos mais íntimos, ensaiou, pouco a pouco, tal como aprendera, vagarosamente, o desprendimento definitivo nas operações da morte, o desprendimento parcial do corpo sutil, durante o sono, desenfaixando-o do veículo de matéria mais densa, embora sustentando-o, ligado a ele por laços fluídico-magnéticos, a se dilatarem levemente dos plexos e, com mais segurança, da fossa romboide.

Encetado o processo de sonolência, com as reações motoras empobrecidas e impondo mecanicamente a si mesma o descanso temporário, no auxílio às células fatigadas de tensão, isto desde as eras remotas em que o pensamento se lhe articulou com fluência e continuidade, permanece a mente, por intermédio do corpo espiritual, na maioria das vezes, justaposta ao veículo físico, à guisa de um cavaleiro que repousa ao pé do animal de que necessita para a travessia de grande região, em complicada viagem, dando-lhe ensejo à recuperação e pastagem, enquanto ele se recolhe ao próprio íntimo, ensimesmando-se para refletir ou imaginar, de conformidade com seus problemas e inquietações, necessidades e desejos."

terça-feira, 27 de julho de 2021

Mediunidade Inicial

Livro: Evolução em Dois Mundos
Autor Espiritual: André Luiz

Primeira Parte - Capítulo 17 - Mediunidade e Corpo Espiritual

A aura é a base da comunicação entre as pessoas, sejam encarnadas ou desencarnadas. Isto porque a aura reflete nossos pensamentos e sentimentos, expressando nosso mundo interior, permitindo que sintonizemos com quem nos afinizamos. Dessa forma, os que mantem em si os ideais superiores atrai espíritos elevados, gerando ações no bem; os que se rebelam com as Leis Divinas atraem espíritos de igual condição, gerando ações contrárias ao bem.

Essa permuta de impressões entre encarnados e desencarnados, inicialmente de maneira inconsciente e intuitiva, levou ao estabelecimento do processo mediúnico, propiciando ao homem encarnado o contato com os espíritos que lhe são familiares e lhe amparam na sua caminhada.

"A aura é, portanto, a nossa plataforma onipresente em toda comunicação com as rotas alheias, antecâmara do Espírito, em todas as nossas atividades de intercâmbio com a vida que nos rodeia, através da qual somos vistos e examinados pelas inteligências superiores, sentidos e reconhecidos pelos nossos afins, e temidos e hostilizados ou amados e auxiliados pelos irmãos que caminham em posição inferior à nossa.

Isso porque exteriorizamos, de maneira invariável, o reflexo de nós mesmos, nos contatos de pensamento a pensamento, sem necessidade das palavras para as simpatias ou repulsões fundamentais.

É por essa couraça vibratória, espécie de carapaça fluídica, em que cada consciência constrói o seu ninho ideal, que começaram todos os serviços da mediunidade na Terra, considerando-se a mediunidade como atributo do homem encarnado para corresponder-se com os homens liberados do corpo físico.

Essa obra de permuta, no entanto, foi iniciada no mundo sem qualquer direção consciente, porque, pela natural apresentação da própria aura, os homens melhores atraíram para si os Espíritos humanos melhorados, cujo coração generoso se voltava, compadecido, para a esfera terrena, auxiliando os companheiros da retaguarda, e os homens rebeldes à Lei Divina aliciaram a companhia de entidades da mesma classe, transformando-se em pontos de contato entre o bem e o mal ou entre a luz e a sombra que se digladiam na própria Terra.

Pelas ondas de pensamento a se enovelarem umas sobre as outras, segundo a combinação de frequência e trajeto, natureza e objetivo, encontraram-se as mentes semelhantes entre si, formando núcleos de progresso em que homens nobres assimilaram as correntes mentais dos Espíritos superiores, para gerar trabalho edificante e educativo, ou originando processos vários de simbiose em que almas estacionárias se enquistaram mutuamente, desafiando debalde os imperativos da evolução e estabelecendo obsessões lamentáveis, a se elastecerem sempre novas nas teias do crime ou na etiologia complexa das enfermidades mentais.

A intuição foi, por esse motivo, o sistema inicial de intercâmbio, facilitando a comunhão das criaturas, mesmo a distância, para transfundi-las no trabalho sutil da telementação, nesse ou naquele domínio do sentimento e da ideia, por intermédio de remoinhos mensuráveis de força mental, assim como na atualidade o remoinho eletrônico infunde em aparelhos especiais a voz ou a figura de pessoas ausentes, em comunicação recíproca na radiotelefonia e na televisão."

terça-feira, 29 de junho de 2021

Aura Humana

Livro: Evolução em Dois Mundos
Autor Espiritual: André Luiz

Primeira Parte - Capítulo 17 - Mediunidade e Corpo Espiritual

A aura humana (ou duplo etéreo) é formada pelas radiações emitidas pelas células que formam o corpo físico, conjugadas aos pensamentos emitidos pelo ser encarnado. O pensamento circula por esta "túnica eletromagnética" que, ao mesmo tempo que emerge da pessoa, também a interpenetra, estampando os diferentes estados da alma, com cores e formas variadas, refletindo as emanações mentais, sejam de conteúdo feliz ou não.

"Considerando-se toda célula em ação por unidade viva, qual motor microscópico, em conexão com a usina mental, é claramente compreensível que todas as agregações celulares emitam radiações e que essas radiações se articulem, por meio de sinergias funcionais, a se constituírem de recursos que podemos nomear por “tecidos de força”, em torno dos corpos que as exteriorizam.

Todos os seres vivos, por isso, dos mais rudimentares aos mais complexos se revestem de um “halo energético” que lhes corresponde à natureza.

No homem, contudo, semelhante projeção surge profundamente enriquecida e modificada pelos fatores do pensamento contínuo que, em se ajustando às emanações do campo celular, lhe modelam, em derredor da personalidade, o conhecido corpo vital ou duplo etéreo de algumas escolas espiritualistas, duplicata mais ou menos radiante da criatura.

Nas reentrâncias e ligações sutis dessa túnica eletromagnética de que o homem se entraja, circula o pensamento, colorindo-a com as vibrações e imagens de que se constitui, aí exibindo, em primeira mão, as solicitações e os quadros que improvisa, antes de irradiá-los no rumo dos objetos e das metas que demanda.

Aí temos, nessa conjugação de forças físico-químicas e mentais, a aura humana, peculiar a cada indivíduo, interpenetrando-o, ao mesmo tempo que parece emergir dele, à maneira de campo ovoide, não obstante a feição irregular em que se configura, valendo por espelho sensível em que todos os estados da alma se estampam com sinais característicos e em que todas as ideias se evidenciam, plasmando telas vivas, quando perduram em vigor e semelhança como no cinematógrafo comum.

Fotosfera psíquica, entretecida em elementos dinâmicos, atende à cromática variada, segundo a onda mental que emitimos, retratando-nos todos os pensamentos em cores e imagens que nos respondem aos objetivos e escolhas, enobrecedores ou deprimentes."

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Zonas Purgatoriais

Livro: Evolução em Dois Mundos
Autor Espiritual: André Luiz

Primeira Parte - Capítulo 16 - Mecanismos da Mente

Os espíritos que cometem delitos entram em processo de rememoração contínua de seus erros, devido à dor do arrependimento que domina sua mente, bloqueando certos núcleos energéticos que possam conduzi-los a estados positivos. Dessa forma, sua mente se isola e passa a ver e rever continuamente as ações delituosas, até que a culpa se esgote ou possa ser encaminhado à reencarnação. A consequência direta dessa atitude mental é a sintonia com outras mentes em igual estado, criando ambientes em que predominam a aflição e a dor, aglutinando centenas de espíritos que se encontram nesta faixa vibratória. Com a vivência contínua no sofrimento,  estes espíritos se habilitam lentamente ao reajuste necessário. É o que ocorre com os suicidas, por exemplo.

"Obliterados os núcleos energéticos da alma, capazes de conduzi-la às sensações de euforia e elevação, entendimento e beleza, precipita-se a mente, pelo excesso da taxa de remorso nos fulcros da memória, na dor do arrependimento a que se encarcera por automatismo, conforme os princípios de responsabilidade a se lhe delinearem no ser, plasmando com os seus próprios pensamentos as telas temporárias, mas por vezes de longuíssima duração, em que contempla, incessantemente, por reflexão mecânica, o fruto amargo de suas próprias obras, até que esgote os resíduos das culpas esposadas ou receba caridosa intervenção dos agentes do amor divino, que, habitualmente, lhe oferecem o preparo adequado para a reencarnação necessária, pela qual retornará ao aprendizado prático das lições em que faliu.

É dessa forma que os suicidas, com agravantes à frente do plano espiritual, como também os delinquentes de variada categoria, padecem por largo tempo a influência constante das aflitivas criações mentais deles mesmos, a elas aprisionados, pela fixação monoideica de certos núcleos do corpo espiritual, em detrimento de outros que se mantém malbaratados e oclusos.

E porque o pensamento é força criativa e aglutinante na criatura consciente em plena Criação, as imagens plasmadas pelo mal, à custa da energia inestancável que lhe constitui atributo inalienável e imanente, servem para a formação das paisagens regenerativas em que a alma alucinada pelos próprios remorsos é detida em sua marcha, ilhando-se nas consequências dos próprios delitos, em lugares que, retendo a associação de centenas e milhares de transviados, se transformam em verdadeiros continentes de angústia, filtros de aflição e de dor, em que a loucura ou a crueldade, juguladas pelo sofrimento que geram para si mesmas, se rendem lentamente ao raciocínio equilibrado para a readmissão indispensável ao trabalho remissor."

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Mecanismo do Monoideísmo

Livro: Evolução em Dois Mundos
Autor Espiritual: André Luiz

Primeira Parte - Capítulo 16 - Mecanismos da Mente

Quando desencarnado, o espírito, que se encontre em sofrimento ou perturbação, pode sofrer disfunções no centro coronário, gerando o bloqueio de funções da mente. Com isso, ele se concentra em uma ocorrência marcante de sua vida que lhe gera sentimento de culpa, esquecendo-se das demais ocorrências.

Ele passa a enxergar, a ouvir ou a recordar esse fato específico de sua vida, como se fosse um pesadelo constante, pois as imagens repetidas, em fluxo mental contínuo leva à sintonia com outras criaturas desencarnadas que estão em condição semelhante, levando à associações que duram pelo tempo necessário à expiação dos delitos cometidos.

"Em vista disso, se a criatura encarnada pode cair em amnésia ou afasia pela oclusão dos núcleos da memória ou da fala, sem desequilíbrio integral da inteligência, a criatura desencarnada pode arrojar-se a frustrações semelhantes, sem perturbação total do pensamento, enquanto se lhe mantenha a distonia.

Segundo critério idêntico, se a habilidade de um homem para manobrar determinado idioma pode cessar numa das subdivisões do núcleo da fala, no córtex, persistindo a habilidade para lidar com idiomas outros, assim também o núcleo da visão profunda, no centro coronário, pode sofrer disfunção específica pela qual um Espírito desencarnado contemplará tão-somente, por tempo equivalente à conturbação em que se encontre, os quadros terríficos que lhe digam respeito às culpas contraídas, sem capacidade para observar paisagens de outra espécie; escutará exclusivamente vozes acusadoras que lhe testemunhem os compromissos inconfessáveis, sem possibilidade de ouvir quaisquer outros valores sônicos, tanto quanto poderá recordar apenas acontecimentos que se lhe refiram aos padecimentos morais, com absoluto olvido de fatos outros, até mesmo daqueles que se relacionem com a sua personalidade, motivo pelo qual se fazem tão raros os processos de perfeita identificação individual, na generalidade das comunicações mediúnicas, com entidades dementadas ou sofredoras, comumente estacionárias no monoideísmo que as isola em tipos exclusivos de recordação ou emoção, de vez que, nessas condições, o pensamento contínuo que lhes flui da mente, em circuito viciado sobre si mesmo, age coagulando ou materializando pesadelos fantásticos, em conexão com as lembranças que albergam.

E esses pesadelos não são realmente meras criações abstratas, porquanto, em fluxo constante, as imagens repetidas, formadas pelas partículas vivas de matéria mental, se articulam em quadros que obedecem também à vitalidade mais ou menos longa do pensamento, justapondo-se às criaturas desencarnadas que lhes dão a forma e que, congregando criações do mesmo teor, de outros Espíritos afins, estabelecem, por associações espontâneas, os painéis apavorantes em que a consciência culpada expia, por tempo justo, as consequências dos crimes a que se empenhou, prejudicando a harmonia das Leis Divinas e conturbando, concomitantemente, a si mesma."

terça-feira, 13 de abril de 2021

Sincronia de Estímulos

Livro: Evolução em Dois Mundos
Autor Espiritual: André Luiz

Primeira Parte - Capítulo 16 - Mecanismos da Mente

Os chacras coronário e frontal (cerebral) se conectam a determinadas regiões do cérebro físico que atuam em perfeita sintonia, garantindo ao espírito sua manifestação no plano físico, através de ligações energéticas. Estando assim conectados, o espírito ao agir ou pensar emite as vibrações que lhe são próprias, recebendo-as, posteriormente, de retorno, para que possa ajuizar das consequências de seus atos.

As enfermidades que ocorrem no cérebro físico, ocasionando perda de funções do cérebro, podem ocorrer também nos funções dos chacras do corpo espiritual.

"Entenderemos, assim, facilmente, que o córtex encefálico, com as suas delicadas divisões e subdivisões, governando os núcleos reguladores dos sentidos, dos movimentos, dos reflexos e de todas as manifestações nervosas da individualidade encarnada, corresponde à sede do centro cerebral do psicossoma (ou corpo espiritual) no corpo físico, unida à sede do centro coronário, localizada no diencéfalo, entrosando-se ambos em perfeita sincronia de estímulos, pelos quais se manifesta o Espírito em sua constituição mental, harmônica, difícil ou desequilibrada, segundo a posição em que ele mesmo valoriza, conserva, prejudica ou desordena os recursos que a Lei Divina lhe faculta à própria exteriorização no plano físico e no plano espiritual.

E assim como dispomos, no córtex, de ligações energéticas da consciência para os serviços do tato, da audição, da visão, do olfato, do gosto, da memória, da fala, da escrita e de automatismos diversos, possuímos no diencéfalo (tálamo e hipotálamo), a se irradiarem para o mesencéfalo, ligações energéticas semelhantes da consciência para os serviços da mesma natureza, com acréscimos de atributos para enriquecimento e sublimação do campo sensorial, como sejam a reflexão, a atenção, a análise, o estudo, a meditação, o discernimento, a memória críptica, a compreensão, as virtudes morais e todas as fixações emotivas que nos sejam particulares.

Emitindo a onda de indagação e trabalho que nos diga respeito, através do centro coronário, conjugado ao centro cerebral, recebemo-la de volta, em circuito de raios substanciais da nossa própria força mental, com impactos aferentes e eferentes, para que a nossa consciência, por si, ajuíze, pela essência dos resultados ou reflexos de nossas próprias ações, quanto ao acerto ou desacerto de nossa escolha, nessa ou naquela circunstância da vida.

Não podemos esquecer que cada núcleo das ligações a que nos reportamos se subdivide em peculiaridades diversas, entendendo-se, pois, que os fenômenos de obliteração suscetíveis de ocorrer em alguns dos setores corticais do corpo físico podem surgir igualmente no corpo espiritual, quando a turvação da mente é capaz de obstruir temporariamente esse ou aquele fulcro energético da região diencefálica, no centro coronário da entidade desencarnada."

sábado, 20 de março de 2021

Descorticação Animal

Livro: Evolução em Dois Mundos
Autor Espiritual: André Luiz

Primeira Parte - Capítulo 16 - Mecanismos da Mente

Quanto mais evoluída a espécie animal, maior é a complexidade do sistema nervoso, com maior desenvolvimento do córtex cerebral e maior integração mente-corpo, isto é, o comando mental é cada vez mais expressivo no controle do corpo físico.

As experiências de retirada do córtex cerebral (descorticação) em animais oferecem variados exemplos: nos peixes e sapos, permanecem inalterados os reflexos e a mobilidade; as aves voam de maneira irregular e somente na luz; os cachorros apresentam motilidade reflexa normal, mas com alterações de comportamento, permanecendo inertes se não houver incentivo e reações exageradas quando existe um incentivo; os chimpanzés não sobrevivem muito tempo quando ocorre a ablação (1) total.

"Desse modo, compreendendo-se que a integração mente-corpo é cada vez mais importante, à medida que se dilatam os valores da encefalização, reconheceremos que a integração cortical é sempre mais expressiva quão mais amplo se faz o desenvolvimento do sistema nervoso.

Na pauta de semelhante realidade, a descorticação em batráquios e peixes não interfere nos reflexos e na motilidade, e, nas aves, modificações emergem, inequívocas, porquanto apenas conseguem voos fragmentários na luz, permanecendo em prostração quando na obscuridade.

O cão que sofre a ablação do córtex, segundo já demonstrou Goltz, no século 19, pode viver além de um ano com motilidade reflexa normal aparente, efetuando os movimentos próprios com relativa correção; todavia, jaz inerte quando lhe falte incentivo à ação e, se esse incentivo aparece, coloca-se em movimento exagerado; ignora como se defender até que se veja positivamente atacado; não se decide a buscar alimento, recebendo a ração que se lhe administre e, embora as funções viscerais prossigam sem maiores alterações, não reconhece as pessoas, baldo de memória, revelando a disjunção dos recursos fisiopsicossomáticos que lhe são peculiares, fenômeno pelo qual evidencia compreensível e aparente regressão a estágio evolutivo inferior.

Os chimpanzés, entretanto, com encefalização mais complexa, não sobrevivem largo tempo após a extirpação total do córtex e, quando sofrem a destruição parcial desse ou daquele elemento cortical, apresentam, como acontece na criatura humana, modificações extensas e profundas.

Cabe mencionar, ainda aqui, a continuidade das indiscutíveis impressões em pessoas mutiladas, que prosseguem sentindo, integrados ao próprio corpo, esse ou aquele membro que, fisicamente, não mais existe."

1. Ablação: Extirpação; ação de retirar um órgão ou parte deste, geralmente em razão de um tumor.